A prática da corrida tem benefícios que vão além da forma física e da saúde do coração. Pesquisas científicas mostram uma forte relação entre corrida e cérebro ativo.
A atividade física bombeia o sangue mais rápido para o cérebro. As mais recentes descobertas indicam que a prática regular de exercícios ajuda a pensar com mais clareza, melhorar a memória e proporcionar um grande ganho na aprendizagem.
Conheça as alterações que o exercício produz no funcionamento cerebral:
Memória reforçada: a contração muscular faz o cérebro liberar o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF). Ele estimula a formação de novos vasos sanguíneos. Pesquisas recentes mostram também que atua na consolidação das memórias.
Sintonia fina: sob atividade física, os neurônios elevam a produção e liberação de neurotransmissores, substâncias responsáveis por levar instruções de uma célula nervosa a outra. Isso melhora o desempenho de funções cerebrais, ajuda a controlar e reverter estados de ansiedade, estresse e depressão.
Comunicação efetiva: o simples gesto de dobrar o braço ou dar um passo aciona a troca de milhares de mensagens entre os neurônios. Os exercícios intensificam essa comunicação neuronal e o fluxo sanguíneo.
Mais nutrição: a atividade física também aumenta a liberação de fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), uma proteína produzida pelas células nervosas. Permite que os neurônios recebam nutrição adequada para que possam se regenerar ou se desenvolver.
Essas conclusões são de uma ampla revisão de pesquisas que foi divulgada, este ano, nos Estados Unidos, por uma das mais renomadas cientistas no campo da neurogênese, Henriette van Praag (Ph.D), do Laboratório de Neurociências do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos.
De acordo com a pesquisa, há maior produção de neurônios e um aumento das substâncias que atuam na nutrição e desenvolvimento dessas células em animais submetidos a exercícios regulares. O trabalho foi publicado pela revista “Current Topics in Behavioral Neurosciences”.
A cientista também identificou que o exercício aumenta a capacidade do cérebro de se adaptar e criar novas conexões, a chamada neuroplasticidade. Em estudos com ressonância magnética feitos em indivíduos foi possível também observar que quem se exercita regularmente produz uma intensa atividade no hipocampo. Essa região cerebral está relacionada à memória e à aprendizagem, e lá estão armazenadas as células-tronco que darão origem aos novos neurônios. A ginástica cerebral está relacionada à memória e à aprendizagem, e lá estão armazenadas as células-tronco que darão origem aos novos neurônios.
Os principais neurotransmissores beneficiados pelo exercício:
Dopamina: tem ação no controle do movimento, atenção, cognição e motivação.
Serotonina: controla a liberação de hormônios, atua na regulação do sono e do apetite. Alterações nos seus níveis interferem no aprendizado, no humor e em estados de ansiedade.
Glutamato: fundamental para a neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro em se adaptar e estabelecer novas conexões neuronais.
As relações entre exercícios e cérebro estão no centro das atenções da neurociência por suas implicações imediatas e futuras na vida de milhares de pessoas. A ginástica cerebral, por exemplo, que nada mais é do que treinar o cérebro com atividades específicas para fortalecer as conexões neuronais, atua com eficiência para criar novos caminhos nas questões de treinamento e performance de atletas.
Treinamento cerebral, ou ginástica cerebral, além de saúde e bem-estar, é condicionamento mental para vencer obstáculos, desenvolver as múltiplas inteligências e se destacar na vida pessoal e profissional.
Além de frequentar academias de ginástica cerebral, você pode aumentar sua massa cinzenta e cuidar de sua saúde mental de outras formas, como mudar seus hábitos em casa, alternar caminhos para ir ao trabalho, fazer novos amigos e viajar. O importante é ter regularidade nos estímulos para o cérebro!