Palavras do Doutor Drauzio Varella: Olha que bacana um trecho da reportagem do Doutor para a revista Claudia.
É pura inspiração!
O senhor virou maratonista aos 50 anos, quando muita gente já está desacelerando. Faz diferença?
Comecei atrasado (risos). Mas isso me deu um entendimento mais claro do processo de envelhecimento. Ensinou-me a não levar em conta a idade cronológica. E isso vale não só para a corrida mas para outros desafios na vida também. Quando me proponho um trabalho ou uma tarefa, avalio se tenho condição física de realizá-los, se tenho disposição e se aquilo me interessa. Jamais penso se estou velho demais. Nossa tendência é considerar que por causa da passagem dos anos perdemos a condição de fazer certas coisas. E isso independe da idade: há quem tenha essa sensação aos 80, outros aos 40 anos. Assim, parece que a fase mais produtiva da vida, justamente quando você podia aceitar mais desafios, já passou.
O senhor pensa em parar de correr?
Não. Mas sei que uma hora vai ser impossível continuar. Acho que, enquanto eu tiver força, condições, disciplina e saúde, vou correr porque virou uma coisa muito importante para mim. Não só por saber que cheguei a essa idade sem tomar um remédio, com a saúde ótima, mas também do ponto de vista psicológico. Sou muito agitado e ansioso, quero fazer tudo logo e, quando fico uns dias sem treinar, pioro. A corrida é um antidepressivo poderoso. O corpo libera substâncias químicas que agem no sistema nervoso central e, além do prazer, provocam aquele relaxamento típico do exercício. Você toma um banho e sai com a sensação de que é capaz de resolver qualquer problema. Dá uma autoconfiança muito grande. No dia em que eu não puder fazer isso, vou sentir muita falta.