A prova começa assim que o despertador dispara, são 5h da manhã, ai vem o cobertor, ele te puxa para dentro parece um polvo, nessa hora lembro que é a minha folga, solto um palavão. Café ralinho, não pode encher a barriga, o sono continua, o frio também, antes da corrida ainda aparece aquela dor de barriga, faz parte, é uma mistura de ansiedade com adrenalina o negócio fica "daquele jeito", pronto era só... vontade de mijar. Na hora da largada é um atropelando o outro, saio devagar e aos poucos vou aumentando a velocidade, do nada aparece um cachorro muito louco querendo me morder. Subidas que não acabam mais, descidas prontas para te derrubar, aqueles que saíram atropelando agora estacionam seus corpos cansados ao longo das estradas com infinitas subidas, "nossa Senhora estou quase no céu", aquela ansiedade agora virou uma avalanche de prazer estou quase na metade da prova e voando, passando vários, as pessoas falam " vai quebrar na volta", de repente a sensação de prazer e euforia vira depressão, "puts vou ter que voltar tudo isso de novo". Volto, as descidas viraram subidas, as pessoas vão parando, tento ajudar com apoio moral, mas acho que acabo atrapalhando, cada subida um desafio, "meu Deus que garoa gelada", cada km percorrido uma vitória pessoal, "só falta mais 1km". Depois de tudo isso fecho os olhos por alguns milésimos de segundo, puxo bem forte o ar para os meus pulmões, solto e agradeço, estou vivo, suado, cansado e feliz por ter vencido a mim mesmo. Corri os 28km mais difícil da minha vida, mas só parei na chegada!
Por Cris Medeiros, Na 3ª Volta da Represa de Mairiporã
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Abraços e Beijos!