Você já parou para pensar no que você pensa quando corre?
Esse processo é chamado pela psicologia esportiva de “diálogo interno/interior”, “auto verbalização” ou “autofala”. Independentemente do nome, este conceito se refere ao que as pessoas falam a elas mesmas, seja em voz alta ou em pensamentos. Ou ainda, um diálogo interno no qual um indivíduo interpreta sentimentos, percepções, regula e altera julgamentos e crenças, se dá instruções ou reforço (Hackford e Schwenkmezger, 1993). Na atividade física, geralmente, é uma avaliação que utilizamos para instruir ou motivar.
Estudos sugerem que autoverbalizamos entre 300 e 1000 palavras por minuto. Por isso é muito importante prestarmos atenção na qualidade de nossos pensamentos. Recente estudo com corredores de longa distâncias revelou no que esse grupo reflete em quanto corre:
•40% dos seus pensamentos está relacionado a Pace (ritmo) e Distância (ex: 5:20 para os primeiros quilômetros está bom, vou acelerar). São pensamentos sobre a quantidade de energia que está sendo gasta em cada trecho, se é necessário apertar ou soltar passo, como aproveitar uma descida para acelerar, controlar o impacto, ou ainda acertar a distância percorrida de acordo com o tempo do trajeto dentro do treino planejado.
•32% dos pensamentos, surpreendentemente, foram relacionados à Dor e Desconforto. Pequenas (ou grandes) dores (ex: ainda sinto o tornozelo), tensões musculares (ex: como minhas coxas estão presas), queixas sobre a corrida (ex: caramba, não estou com vontade de correr), xingamentos (ex: Que m…, hoje não está bom) etc. Mas também reações motivacionais sobre como enfrentar essa adversidade como “Respira!”, “Na volta vai ser melhor”, “Daqui a pouco passa”, também estão presentes nessa categoria.
•Os outros 28% costumam ser sobre o Ambiente em que ocorre a prática. Pensamentos sobre a temperatura (ex: Hoje está quente, mas o ar está seco), a natureza (ex: que belo dia, céu azul, acho que não chove) ou tráfego (ex: nossa, como a rua está cheia, vou ter que desviar).
Para a surpresa dos pesquisadores – e minha –, outras questões como resolução de problemas, afazeres domésticos, de trabalho, ou ainda organização de tarefas, não foram citadas na pesquisa.
Você é assim? No que você pensa? Compartilhe nos comentários!
Posso garantir que é possível melhorar muito a qualidade desses pensamentos.
Até lá, boas corridas!