A melhora do sistema cardiorrespiratório vem pela variação e sequência nos treinos. “Uma boa variação no treino, com sessões de exercícios contínuos e intensos, intervalados e longos, contribui para o corredor sentir mais conforto e melhorar a performance”, diz Heleno Fortes Ribeiro, diretor técnico da HF Treinamento Esportivo, de Belo Horizonte (MG).
TREINOS VARIADOS
O fôlego está liado diretamente à condição cardiovascular. Por isso, o nível de preparação pode fazer o corredor se sentir com mais ou menos fôlego. “A dica é básica: abusar dos diferentes tipos de treino durante a preparação, independentemente de qual seja a prova”, recomenda o treinador Ronaldo Martinelli, sócio-diretor da 5ways Sports Consulting. “Logo que iniciei meus treinos assistida por um treinador, aumentei o tempo de treino e passei a fazer exercícios de qualidade. Os ‘tiros’ melhoram muito a minha resistência e, consequentemente, o meu fôlego”, diz a empresária de moda paulistana Carla Giorgi, corredora há 12 anos.
MANTENHA O RITMO
Muitos corredores não controlam o pace, correndo de acordo com o que estão sentindo no momento. Para quem não tem grande controle sobre a técnica de corrida nem profundo conhecimento sobre o seu corpo, isso pode ser um tiro no pé. “Quando fiz a Maratona de Buenos Aires, lembro que tinha uma menina correndo ao meu lado que dava sprints e, depois, caminhava, pois não aguentava. Percebi que seu esforço para respirar era enorme. Então, minha dica como corredora é: estabeleça um ritmo com o treinador e mantenha-se nele”, ensina a corredora e nutricionista Denise Entrudo Pinto, especialista em nutrição esportiva e treinamento físico.
COMPASSO NATURAL
Nada de forçar a barra para respirar certo! O ideal é deixar o corpo seguir o seu ritmo. “É um erro tentar controlar a respiração e tirar o seu compasso natural”, indica Ronaldo. A dica, portanto, é: “Respire naturalmente e use seu abdome para respirar. Expire pela boca e pelo nariz, utilizando a força abdominal, sem deixar acumular ar nos pulmões”, ensina a professora de educação física Damaris Dias, da Smart Fit de São Paulo.
DÁ PARA CONVERSAR?
O médico de exercício e do esporte Felipe Hardt diz que durante corridas mais longas é preciso perceber sua respiração: ela não deve estar nem muito rápida nem profunda demais. “Você deve conseguir conversar sem dificuldade, formular frases mais completas – apesar de isso não ser indicado durante a corrida.” Vale como teste, certo?
PELA BOCA OU PELO NARIZ?
Ao respirarmos em condições normais, utilizamos apenas o nariz. Mas a corrida exige muito do sistema cardiorrespiratório – e não há nada de errado em receber uma ajudinha da boca. Mas deixa-la cuidar de tudo sozinha também não é boa opção: o melhor mesmo é dividir a respiração entre nariz e boca e deixa-la natural.