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Quando o Diabetes mellitus Tipo 1 começa a se desenvolver ? Pesquisa revela como identificar aqueles indivíduos sob maior risco.

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Fonte: American Diabetes Association. 73 rd Scientific Sessions ( 2013 )

Simpósio conjunto destaca as últimas questões e conhecimentos a respeito do DT1: aumento global permanece inexplicado enquanto os pesquisadores buscam as causas.

Num importante passo para determinar quando o DT1 começa a se desenvolver, os pesquisadores criaram ferramentas para prever, com precisão, quem está sob maior risco para esta doença, abrindo as possibilidades para a intervenção precoce e para a, potencialmente, maior preservação da função das células beta, conforme os cientistas relataram no simpósio conjunto da American Diabetes Association/Juvenile Diabetes Research Foundation (JDRF) apresentado na American Diabetes Association 73rd Scientific Sessions®.

O simpósio também destacou a investigação em curso para identificação dos gatilhos para o DT1, que, tal como o DT2, tem crescido globalmente nas últimas décadas. Mas, ao contrário do tipo 2, que é associado ao aumento global da obesidade e o envelhecimento da população, as causas para o aumento do DT1 permanecem obscuras. Além disso, descobrir a magnitude desse aumento não tem sido fácil para os pesquisadores, que se depararam com obstáculos para coletar dados, especialmente nos países de baixa renda. O simpósio também chamou a atenção

para a frequente dificuldade, dos indivíduos nesses países de baixa renda, de receber insulina e outros

suprimentos para Diabetes.

Quando Previsões se Tornam Diagnósticos?

Embora os pesquisadores ainda estejam à procura de respostas sobre como prevenir o DT1, recentemente grandes avanços foram feitos para prever que indivíduos tem mais chances de desenvolver a doença, permitindo aos pesquisadores identificar o tipo 1já nas primeiras fases de desenvolvimento e potencialmente intervir para preservar a função das células beta num estágio muito precoce e, em última análise, prevenir o aparecimento do Diabetes sintomático.

Analisando o banco de dados do Diabetes Prevention Trial of Type 1 Diabetes (DPT1), o Dr. Jay Sosenko,MD, Professor de Medicina e Epidemiologia da Universidade de Miami, identificou as variáveis que foram mais previsíveis sobre quem desenvolveria sintomas do DT1 e as usou para criar uma “score de risco”. Estas variáveis incluem o IMC, idade, níveis de peptídeo C em jejum, uma avaliação global da produção de peptídeo C e uma avaliação geral da glicose. Estas medições de peptídeo C e glicose foram obtidas a partir de teste oral de tolerância à glicose. Então, o Dr. Sosenko aplicou o “DPT1 Risk Score” (DPTRS) aos dados de outro estudo, conhecido como o Trial- Net Natural History Study (também conhecido como Estudo Pathway to Prevention). Este é um grande estudo multicêntrico, patrocinado pelo National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (NIDDK) e que também recebe os apoios da American Diabetes Association e do JDRF. O principal objetivo do TrialNet é retardar ou prevenir o aparecimento do DT1 em indivíduos sob alto risco (parentes de diabéticos tipo 1 que têm auto-anticorpos pancreáticos) para a doença. Os resultados mostraram que o DPTRS teve sucesso em prever quem acabaria por ser diagnosticado com sintomas de DT1, no TrialNet.

“O DPTRS pode identificar mesmo dentre os que têm tolerância normal à glicose, mas que não deixam

de estar sob risco, em parte porque levam em conta a idade”, afirmou o Dr. Sosenko. “Se você olhar

para os valores normais de glicose, nas crianças em comparação aos adultos, eles tendem a ser menores. A disglicemia, que atualmente é utilizada para identificar os indivíduos sob alto risco, baseia-se em limiares de glicose em adultos e esses limites podem não ser adequados para as crianças. Em outras palavras,uma criança de 8 anos de idade com nível de glicose 2-horas normal para um adulto (por exemplo, 135 mg/dl) poderia estar sob maior risco do que um adulto com um nível mais elevado (por exemplo, 150mgdl). Se a idade não for também considerada, uma criança, sob alto risco, pode ser descartada.”

O Dr. Sosenko disse que descobriu que, uma vez que os DPTRS ultrapassou certo limite, os indivíduos se tornam altamente propensos a desenvolver sintomas de DT1. “Então, um valor muito alto de DPTRS pode significar que alguém tem Diabetes. Os dados sugerem que o DPTRS, ou uma modificação dele, poderiam oferecer um meio adicional para o diagnóstico de DT1”.

Um segundo estudo, The Environmental Determinants of Diabetes in the Young (TEDDY), está procurando na população base por preditores de DT1 e potenciais gatilhos para a doença. “A maioria dos

novos casos de tipo 1 não está nos parentes de primeiro grau de pessoas que já foram diagnosticadas,

mas nos casos esporádicos, da população em geral”, informou o pesquisador Dr. William Hagopian, MD,

PhD, Diretor Científico do Pacific Northwest Diabetes Research Institute de Seattle, e Professor Associado de Medicina Clínica da University of Washington em Seattle.

O estudo de TEDDY examinou crianças recém-nascidas para identificar aqueles com maior risco genético

de desenvolver o tipo 1 e está acompanhando as crianças, quanto ao desenvolvimento de anticorpos

de ilhotas e Diabetes. O estudo tem 1.300 participantes em cada um dos seis centros médicos na Suécia,

Finlândia, Alemanha, Geórgia/Florida, Colorado e Washington, com um total de 8.600 participantes.

Os pesquisadores estimam que 400 deles desenvolverão o DT1. Até o momento, 150 participantes foram

diagnosticados com este tipo de Diabetes.

Simultaneamente, está sendo avaliada a exposição ao ambiente, das crianças, para que se possa, finalmente, estabelecer correlações entre essa exposição e o desenvolvimento do DT1.

O TEDDY não somente ajudará os pesquisadores a entenderem melhor o que causa o DT1, mas também

oferecerá uma orientação clara para o desenvolvimento de métodos, cobrindo toda a população, para

a prevenção do DT1, em todas as crianças, a partir do nascimento. “Isso ajudará a diminuir a prevalência

da doença e os custos médicos já no aparecimento da condição, bem como a ajudar a testar novas terapias de prevenção, antes do aparecimento clínico – um passo importante para a prevenção e intervenção precoce”, disse o Dr. Hagopian.

DT1 em Países de Baixa Renda

Outros palestrantes do simpósio focaram em questões que envolvem o DT1 em países de baixa renda,

onde os pesquisadores se esforçam para reunir os dados necessários para o acompanhamento da incidência da doença. Existe uma grande quantidade de dados de boa qualidade em todo o mundo sobre

a incidência do DT1, coletados no âmbito do estudo DIAMOND da Organização Mundial de Saúde, mapeando a incidência do DT1, diagnosticado na infância, em muitas partes do mundo, observou o Dr. Jaakko Tuomilehto, Professor Emérito de Saúde Pública da Universidade de Helsinki, na Finlândia. “No entanto”, disse ele, “as informações são muito escassas para os países de renda baixa e média”.

O acesso e os custos dos medicamentos e materiais necessários continuam a ser um problema em muitos países, com subsequente subutilização e racionamento.

Os pesquisadores também discutiram os esforços para tornar a insulina e os medicamentos

relacionados com o Diabetes mais acessíveis aos indivíduos que vivem em países de baixa renda, onde

o diagnóstico de um único membro da família podeser financeiramente devastador. “Em vários países da

América Latina, África Subsaariana e na Ásia, pode levar de 30 a 40 por cento da renda familiar para se

subsidiar os US $ 250 - US $ 300 por ano gastos com insulina e os outros suprimentos”, informou o

Dr. John S. Yudkin, MD, Professor Emérito de Medicina do University College London, que é Presidente

da International Insulin Foundation (IIF). Ele também observou que, mesmo nos EUA, as famílias podem

acabar falidas devido às despesas médicas relacionadas ao Diabetes e a incapacidade de pagar pelo

tratamento é uma causa comum de visita ao departamento de emergência por cetoacidose.

O Dr. Yudkin disse que esforços globais estão em andamento através de uma colaboração entre o IIF, a

International Union Against TB and Lung Disease e a Organização Mundial de Saúde, com a Organização

de Saúde Pan-Americana, para criar depósitos de medicamentos para doenças não transmissíveis

(DNT) e melhorar a disponibilidade e a acessibilidade a medicamentos essenciais, de alta qualidade, para o tratamento de doenças não transmissíveis, incluindo insulinas e distribuí-los nos países de baixa renda.

“Fizemos um enorme progresso na melhoria dos cuidados para os indivíduos com DT1, no entanto, muito

mais precisa ser feito”, disse a Dra. Jane Chiang, MD, Vice-Presidente Sênior de Assuntos Médicos e de

Informações Comunitárias da American Diabetes Association.“O DT1 exerce impactos globais e ele afeta

países onde os cuidados básicos com o Diabetes não são disponibilizados ou são severamente limitados.

Dados de grandes ensaios clínicos, como o TEDDY, permitem que a American Diabetes Association eduque os profissionais de saúde desses países, na identificação dos indivíduos sob risco e no oferecimento de cuidados de saúde padrão, para aqueles que convivem com o DT1”.

“A crescente incidência e idade cada vez mais precoce de início do DT1 aumentam a urgência do desenvolvimento de abordagens para sua prevenção”, afirmou o Dr. Richard Insel, MD, Diretor Científico do JDRF.“Novas abordagens, para a detecção de risco e do estágio de progressão do DT1, criaram a base para uma melhor concepção dos ensaios clínicos de prevenção. O simpósio conjunto das ADA/JDRF nas Scientific Sessions® capturou esses desenvolvimentos animadores e os progressos recentes que levantam a possibilidade de intervenção, mais esclarecida e eficaz, na definição de risco para a prevenção do DT1.” O JDRF é a principal organização mundial financiando a pesquisa do DT1 (DM1). O objetivo do JDRF é eliminar progressivamente o impacto do DM1 na vida das pessoas, até alcançarmos um mundo sem a doença.A fundação colabora com um vasto número de parceiros e é a única organização com os recursos científicos, a influência regulatória e um plano de trabalho para melhor tratar, prevenir e, eventualmente, curar o DM1. Como o maior patrocinador beneficente da pesquisa em DM1, o JDRF está investindo $530.000.000 em investigações científicas, em 17 países.

Em 2012, sozinha, a fundação distribuiu mais de US $ 110 milhões para pesquisa em DM1. Mais de 80

por cento dos gastos dão suporte direto as investigações e educação relacionada à pesquisa. Ainda, em

2012, a revista Forbes nomeou o JDRF como uma das cinco instituições beneficentes All-Star, mencionando a eficiência e a eficácia da organização. Veja jdrf.org para maiores informações

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