Novo estudo mostra que , graças ao transplante de células ilhotas ,um grupo de adultos com diabetes tipo 1 não precisaram tomar insulina por uma média de 10 anos e estão mantendo a glicemia quase normal .
O transplante de ilhotas é onde as ilhotas isoladas - grupos de células beta produtoras de insulina do pâncreas - de um doador são transplantadas.
Pesquisadores do Instituto de Pesquisa em Diabetes da Universidade de Miami usaram monitoramento contínuo de glicose para acompanhar o desempenho dos transplantes em cinco pessoas com diabetes tipo 1.
Os resultados mostraram tendências no controle do nível de glicose , que eram quase normais, bem como perto de métricas perfeitas no intervalo de tempo .
Os participantes receberam transplantes de ilhotas no fígado (transplante de ilhotas intra-hepáticas) de 2002 e 2010 e então independentes de insulina entre sete e mais de 16 anos.
Os pesquisadores realizaram uma avaliação de sete dias com os participantes usando monitores contínuos de glicose para avaliar os níveis de glicose durante o acompanhamento. Os dados do nível de glicose foram comparados aos de adultos com diabetes tipo 1 que não tiveram os transplantes, mas estavam usando a mais recente tecnologia de diabetes (um sistema híbrido de ciclo fechado) para ajudar a controlar o diabetes da melhor forma possível.
Os resultados da comparação mostraram que cada um dos participantes que tiveram um transplante demonstrou uma melhora nos níveis de glicose no intervalo de tempo, bem como menor variabilidade nos níveis de glicose e menor exposição a baixos níveis de glicose ( hipoglicemia).
Os participantes foram escolhidos como aqueles que alcançaram excelente sucesso após o transplante. Embora esses participantes tenham alcançado resultados excepcionais, ficar livre de injeções de insulina por muitos anos não é um resultado garantido dos transplantes de células ilhotas. Muitas pessoas submetidas ao transplante precisam começar a tomar insulina exógena (insulina que não é produzida pelo próprio organismo) novamente após meses ou anos, dependendo das circunstâncias pessoais.
Um dos principais pesquisadores do estudo, Dr. David Baidal disse: "Usando a monitorização contínua da glicose, agora temos a capacidade de avaliar com precisão os perfis de glicose dos pacientes e sua variabilidade. Os dados CGM que obtivemos de nossos pacientes transplantados de ilhotas demonstra claramente que O transplante de ilhotas pode resultar em níveis de glicose próximos àqueles em pessoas que não têm diabetes tipo 1, mesmo 10 anos ou mais depois de passarem pelo procedimento de substituição celular. "
O Dr. Camillo Ricordi, que é Professor Joy Goodman de Cirurgia, bem como diretor do Instituto de Pesquisa em Diabetes, foi nomeado como o maior pesquisador de transplante de ilhotas do mundo. Comentando sobre o estudo, ele disse: ", com resultados de controle de glicose que foram ainda melhores que os objetivos do CGM em sistemas híbridos de ciclo fechado.
"Espero que isso ajude a aproximar o transplante de ilhotas da aprovação da FDA, permitindo que o tratamento seja disponibilizado aos pacientes dos EUA, como já foi o caso em vários outros países, por muitos anos."
Os resultados do estudo foram compartilhados na 79ª Sessões Científicas da American Diabetes Association, que aconteceu em San Francisco entre 7 e 11 de junho. Eles também serão apresentados no 17º Congresso Mundial da Associação Internacional de Transplantes de Pâncreas e Ilhotas, que terá lugar lugar na França entre 2 e 5 de julho.
Fonte: Diabetes News - diabetes.co.uk- Por: Benedict Jephcote , 14 de junho de 2019