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Estudo associa dieta sem glúten a maior risco de desenvolver diabetes

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POR JULIANA VINES, Folha de São Paulo – 29 de março de 2017

Dietas sem glúten estão na moda, mas um estudo recém-divulgado mostra que trocar pão por tapioca e deixar de comer macarrão pode não ser uma boa ideia.

O trabalho, apresentado num encontro da Associação Americana do Coração, relacionou esses regimes a um maior risco de desenvolver diabetes.

O glúten, proteína vegetal encontrada no trigo, no centeio e na cevada, não é tolerado por uma pequena parcela da população (cerca de 1%) que tem doença celíaca. Para o resto das pessoas, não há evidências científicas que deixar de comer a proteína traga algum benefício.

Os pesquisadores, do Departamento de Nutrição da Universidade Harvard, analisaram os dados de três estudos, envolvendo 200 mil pessoas. Durante 30 anos, os participantes foram monitorados e responderam questionários de saúde, incluindo perguntas sobre sua rotina alimentar.

Aqueles que comeram mais glúten apresentaram um risco menor de ter diabetes tipo 2 (a mais comum). Segundo os pesquisadores, quem restringe a ingestão da proteína vegetal tende a comer menos cereais integrais, que têm menor índice glicêmico –são absorvidos mais lentamente pelo organismo.

“Quem não tem doença celíaca pode reconsiderar a limitação da ingestão de glúten”, disse Geng Zong, pesquisador de Harvard.

CAUSA E EFEITO

O estudo associa a dieta sem glúten a uma incidência maior de diabetes, mas não há nenhuma relação de causa e efeito entre as duas coisas. Ou seja, quem cortar o glúten não necessariamente terá diabetes.

“Não existe uma relação direta. As fibras retiradas da dieta poderiam aumentar o risco de diabetes tipo 2, mas em pessoas que já sejam pré-dispostas, com obesidade, história familiar e outros riscos associados”, diz Marcio Krakauer, médico endocrinologista e diretor da SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – regional São Paulo).

Além disso, nem todo carboidrato sem glúten tem alto índice glicêmico. Existem opções ricas em fibras.

“Mandioca, inhame, cará e banana-da-terra são alguns exemplos”, afirma a nutricionista Vanderli Marchiori. Outra ideia é acrescentar sementes e cereais integrais a uma receita, como farelo de arroz, chia e farinha de linhaça.

“O problema é o baixo índice glicêmico. Dietas com ou sem glúten, mas de alto índice glicêmico, podem ser associadas a um maior risco de diabetes tipo 2”, diz Marchiori.

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