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De volta ao treino: exercícios físicos depois das férias devem ser retomados com calma

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Henrique Costa Ferreira diz que tenta manter o ritmo durante a pausa, fazendo uma leve caminhada

Se possível, faça uma avaliação médica para evitar excessos e lesões.

Passadas as férias de janeiro, muita gente calça de novo o tênis e volta para o treino. Para quem prometeu começar o ano mais cuidadoso com a saúde, essa também é uma temporada de retorno à atividade física. Pausas maiores ou menores influem de forma diferente, mas sempre interferem. É preciso, então, saber voltar. Segundo Marconi Gomes, médico do esporte e cardiologista, o professor de educação física é o profissional recomendado para a reintrodução dos exercícios físicos na rotina da pessoa, mas quando as interrupções são muito prolongadas, uma avaliação médica pode ser necessária, sobretudo para quem tem algum fator de risco como obesidade, diabetes, hipertensão, tabagismo e história familiar positiva para doenças coronárias.

Segundo Felipe Mucida, professor de educação física e coordenador fitness da Bodytech Belvedere, para voltar com segurança é essencial procurar um profissional qualificado, avaliar o estado de treinamento depois do tempo parado, analisar as perdas e traçar as estratégias para retornar ao estado anterior de treinamento, retornar gradativamente, dosar a intensidade e o volume do treino, não ultrapassar os limites. “Hoje, a maioria dos alunos tem consciência sobre a volta aos treinos, assim como a necessidade de esse retorno ser gradativo. Mas vale ressaltar que alguns cuidados devem ser tomados quando se trata de informações divulgadas por pessoas não habilitadas para tal prescrição, pois estas podem induzir os alunos a erros ao retomar o treinamento”, alerta.

Os principais erros cometidos são retornar ao treinamento sem levar em consideração o tempo parado. “Também é errado não buscar orientação com um profissional qualificado, não reavaliar a condição física depois da interrupção dos treinos, achar que não há perdas no desempenho depois desse período e voltar de forma exagerada”, pondera. Por isso, os alunos precisam ser orientados que, ao retornar, não darão continuidade ao treino anterior e que a relação entre o tempo de treino e o período afastado é determinante na avaliação de perdas no condicionamento. “Quanto mais treinado e quanto menos tempo ficar parado, menor será a perda. Já uma pessoa com pouco tempo de prática pode ter alterações muito significativas, mesmo após pouco tempo sem treinar”, diz. Ficar uma semana sem treinar, por exemplo, promove perdas diferentes se a pessoa treina há um ano ou há três meses, exigindo ajustes distintos nos planejamentos de treino. Além disso, é necessário orientar um retorno progressivo, controlando o volume e a intensidade, para que não haja excessos e se evitem lesões. Segundo o ortopedista Lucas Boechat, períodos de repouso do esporte podem fazer parte e até ser necessários no processo normal de treinamento, para que o corpo possa se recuperar das microlesões causadas pela própria atividade. Inclusive, essas fases de relaxamento podem muito bem ser incluídas no planejamento temporal do esportista. “Pessoas acompanhadas por um educador físico, como nas equipes esportivas, academias e grupos de corrida, devem conversar com o treinador para que o recesso seja levado em conta nas planilhas de treinamento”, diz.

IMPACTOS

O descanso é importante. Mas quanto?

Segundo Boechat, vai depender se o indivíduo é jovem ou idoso, atleta competitivo ou recreativo, tem ou não doenças associadas. “Atividades físicas diferentes e indivíduos diferentes (incluindo metas pessoais distintas) terão períodos de repouso ideais diferentes. Um corredor de rua, que tenha como meta uma maratona em dois meses, não deverá passar um período de um mês inteiro repousando. Já um jogador recreativo de futebol, que participará de um torneio amador no segundo semestre do ano, poderá, tranquilamente, curtir as férias de janeiro na praia, sem se preocupar muito com a manutenção da forma física”, explica o ortopedista.

Essa parada mais curta, de semanas ou um mês, pode ou não ter benefícios, o que vai depender de diversas variáveis. “Acho importante não separarmos o corpo da mente do indivíduo. Muitas vezes, o que uma pessoa que vive estressada em seu cotidiano mais precisa nas férias é de não ter preocupações, seja com o trabalho, seja com treinamento físico. Mais uma vez, além da individualização da resposta, para aquelas pessoas com metas e que praticam seriamente seus esportes, seria ótimo conversar com um educador físico para incluir o período de repouso dentro do planejamento dos ciclos de treinamento ou mesmo já começar a retomar os treinos durante as férias do trabalho”, defende Lucas.

Mas há como diminuir os impactos dessa parada. Para as mais longas, de um mês, por exemplo, algumas atividades adaptadas ao local de férias podem ser realizadas com prazer e eficiência. O representante comercial Henrique Costa Ferreira, de 40 anos, retornou à academia na semana passada e passará os próximos dias tentando voltar ao ritmo anterior às férias. Acostumado a malhar quatro vezes por semana – são 40 minutos de exercícios aeróbicos pela manhã e uma hora de musculação à noite – ele sempre enfrenta essa dificuldade após o tradicional descanso de fim de ano, quando para três ou quatro semanas. “Sinto muito o impacto dessa pausa. E nunca paro totalmente, porque mantenho uma corridinha pelo menos duas vezes por semana”, conta.

Mas há também os excessos de férias: a má alimentação e o consumo de bebida alcoólica. Um maior cuidado na semana anterior ao retorno, segundo Henrique, faz toda a diferença. “Se diminuirmos os excessos, voltaremos em uma condição um pouco mais favorável”, explica. Assim como o tipo de treino para recomeçar. “São exercícios totalmente diferentes. Trabalho mais alongamento e meu personal exige um pouco menos nos primeiros treinos, para o corpo ir voltando ao ritmo. O cansaço vai diminuindo com o tempo, mas, no primeiro dia, a dor muscular é insuportável. Por isso a importância de um professor de educação física ou personal acompanhando esse retorno. Sem essa orientação, a pessoa acaba se machucando”, defende.

Fonte: Portal Saúde Plena - por Carolina Cotta - Estado de Minas - Publicação:01/02/2016

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