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Diabéticos podem e devem praticar esportes!

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Emerson Bisan é diretor da Assessoria Nova Equipe, tem diabetes tipo 1 e uma lista de atividades consideradas malucas para muitos. Só de maratonas, ele anota 61 concluídas. (Reprodução )

O Diabetes é uma doença cada vez mais comum. Muitos indivíduos, inclusive, acham que após o diagnóstico estão fadados a um futuro sem perspectiva. Por isso, o post de hoje vem para desmistificar este pensamento contraditório e mostrar como o diabético pode se tornar um atleta em potencial, os benefícios do esporte para amenizar e ajudar a tratar esta síndrome e como a atividade física é a chave para conquistar um dia a dia mais saudável e com qualidade.

O Diabetes é uma doença cada vez mais comum. Dados recentes da Federação Internacional de Diabetes (FID) revelam que o Brasil ocupa o 5º lugar na lista de nações com o maior número de portadores desta doença, cerca de 7,6 milhões. Muitos desses indivíduos, inclusive, acham que após o diagnóstico estão fadados a um futuro sem perspectiva. Por isso, o post de hoje vem para desmistificar este pensamento contraditório e mostrar como o diabético pode se tornar um atleta em potencial, os benefícios do esporte para amenizar e ajudar a tratar esta síndrome e como a atividade física é a chave para conquistar um dia a dia mais saudável e com qualidade.

Antes de tudo, é necessário que se entenda que o Diabetes é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos, causando um aumento da glicose (açúcar) no sangue. O diabetes acontece porque o pâncreas não é capaz de produzir o hormônio insulina em quantidade suficiente para suprir as necessidades do organismo, ou porque este hormônio não é capaz de agir de maneira adequada (resistência à insulina). A insulina promove a redução da glicemia ao permitir que o açúcar que está presente no sangue possa penetrar dentro das células, para ser utilizado como fonte de energia. Portanto, se houver falta desse hormônio, ou mesmo se ele não agir corretamente, haverá aumento de glicose no sangue e, consequentemente, o diabetes.

A atividade física é essencial no tratamento do diabetes para manter os níveis de açúcar no sangue controlados e afastar os riscos de ganho de peso. A prática de exercícios deve ser realizadas de três a cinco vezes na semana. Há restrição nos casos de hipoglicemia, principalmente para os pacientes com diabetes tipo 1. Por isso, antes de “adotar” qualquer atividade física, é necessário consultar um médico e um profissional de educação físico, habilitado para preparar programas de treinos que vão de encontro às suas necessidades.

Listo aqui três dos melhores exercícios para quem possui diabetes, segundo os principais endocrinologistas consultados. Por unanimidade, são eles:

Caminhada

É um exercício excelente para quem quer começar e para quem está fora de forma. A caminhada queima calorias sem ser agressiva, é relaxante e tem pouco impacto. Além disso, pode ser feita em praticamente qualquer lugar e o indivíduo basicamente precisa apenas de um bom tênis.

O programa pode começar com apenas vinte minutos de caminhada durante os dias de semana e ir aumentando o tempo de acordo com a capacidade adquirida.

Fortalecimento muscular

O diabético pode realizar treinamento com pesos, desde que bem orientado e iniciando com cargas leves. Além dos benefícios esperados do controle da glicemia pelo consumo de glicose, da melhora da autoconfiança e autoestima, o treinamento com pesos desenvolve a força e preserva a massa muscular.

Os músculos são um tecido nobre e sua presença em bom tônus é essencial na qualidade de vida do diabético, que terá mais segurança e liberdade em suas atividades. Duas ou três sessões semanais, com trinta minutos cada, são suficientes para alcançar boas metas.

Natação

Reconhecida como uma atividade completa, que exercita o corpo como um conjunto, a natação é uma excepcional pedida para quem tem diabetes. Possui vários estilos, que priorizam alguns conjuntos musculares e podem ser realizados em dias alternados. Além disso, a interação com a água é interessante para esses pacientes que muitas vezes têm limitações em suas atividades sociais, ainda mais em casos mais graves e evoluídos desse mal.

O professor, que deverá acompanhar sempre o aluno na água, deve começar com treinos leves e de nado livre, e com o tempo pode buscar a intensidade moderada e aumentar a duração da atividade. Pode buscar variações como o nado costas ou o peito. Ajuda a manter a musculatura e tem grande ação na proteção do coração.

Dicas valiosas

Para quem quer ingressar num esporte, mas fica em dúvida por onde começar, aqu vão algumas dicas que podem ajudar você neste processo.

- O primeiro passo antes de começar um treinamento regular, é que o diabético seja submetido a um teste de esforço (teste ergometrico), caso tenha mais de 35 anos ou mais de 10 anos com a doença.

“Além disso, vale fazer um rastreamento para detectar a presença de complicações (exame oftalmológico, função renal, por exemplo). Esse procedimento é importante no caso de diabetes tipo 2 recém diagnosticado, pois muitas vezes a pessoa não sabe há quanto tempo tem a doença e pode já ter alguma complicação instalada”, explica Sonia de Castilho, educadora física, personal trainer, educadora em diabetes e coordenadora de atividades desportivas da ADJ Diabetes Brasil.

- Antes de iniciar os exercícios propriamente ditos, o principal cuidado é medir a glicemia, especialmente para evitar risco de hipoglicemia (baixa dos níveis de glicose na corrente sanguínea), um cuidado mais importante para quem faz uso de insulina. Se antes da atividade física a glicemia for igual ou menor do que 100 mg/dl, a recomendação é ingerir algum tipo de alimento com carboidrato. No caso de hiperglicemia (acima de 250 mg/dl), se o indivíduo estiver se sentindo bem pode seguir com o treino, evitando atividades muito intensas. O ideal também é, nesse caso, fazer nova medição de ponta de dedo em 15 ou 20 minutos para verificar o comportamento da glicemia durante o exercício.

- Utilizar calçados e meias confortáveis para evitar lesões na pele dos pés – diabéticos têm mais probabilidade de sofrer problemas nessa região. Lubrificar os dedos com cremes para evitar atrito e bolhas também é uma medida recomendável.

- A hidratacao não pode ser negligenciada por quem pratica atividade física. Para quem tem diabetes é ainda mais essencial, já que a doença traz, potencialmente, um estado de pouca hidratação (um dos mecanismos fisiológicos para manter a glicemia é eliminar a glicose em excesso pela urina e essa regulação constante rouba água dos tecidos). Os especialistas recomendam beber 200ml a 300ml de água a cada 15 ou 20 minutos e prestar atenção ao consumo bebidas isotônicas, que muitas vezes têm outras formas de açúcar.

- Sempre que for praticar atividade física, é bom levar algum doce de absorção rápida. Ele serve para que, em casos de emergência ou dúvida, se evite um quadro de hipoglicemia severa.

Em geral, independente do tipo, além do óbvio controle alimentar, a prática de atividades físicas, são fundamentais para manter os níveis de glicose e o peso adequados e evitar possíveis complicações da doença. Para que seja efetiva a prática física deve ser aeróbica (caminhar, nadar, andar de bicicleta...) em 60% e 40% de fortalecimento muscular, em dias alternados e sempre alternando, em cada dia, os músculos exigidos no treino, para dar chance de recuperação muscular entre um dia e outro de exercícios físicos.

Para se prevenir do diabetes, tendo risco familiar e pessoal aumentado para isso, a prática de atividades físicas moderadas reduz em até 70% o risco de desenvolver a doença, pois aumenta a sensibilidade do organismo à insulina produzida, que eleva sua eficiência diminuindo o nível da glicemia.

Referências

Se você ainda duvida que pode ser um atleta sendo portador de Diabetes, mesmo após todas essas informações, eu apresento a vocês agora dois caras que estão aí para provar que esta doença não vai inibir você de descobrir novos horizontes e se tornar um desportista de carteirinha. Estou falando de José Loreto e Emerson Nasan.

Emerson Bisan é diretor da Assessoria Nova Equipe, tem diabetes tipo 1 e uma lista de atividades consideradas malucas para muitos. Ele concluiu 61 maratonas, 8 provas de 24 horas e 4 provas de 48 horas, 6 provas de 50km e 4 provas de 100km, fez 8 vezes o percurso de 75km de Bertioga a Maresias, fez o percurso de Cruce de Los Andes 100km e Comrades 89km, e 6 vezes o percurso Brasil 135 que tem 217km.

“Enquanto houver ao menos a companhia da minha sombra, o som dos meus passos no asfalto, o apoio da minha família, o entendimento dos que me seguem do tanto que isso me faz bem. Eu vou continuar”, afirma Emerson.

Você já deve ter ouvido falar muito e ter visto ( muito também) o ator José Loreto em várias novelas e comerciais. É acostumado com ele interpretando, sendo ator. Porém, o que muitos não sabem é que ele é uma referência também no esporte, ao praticar várias modalidades, como Muay Thai, Cross Fit, Judô, Stand Up, Canoagem, Surf, Corrida, Natação, Skate, entre outros. Tudo isso somando 30 anos de idade e tendo diabetes tipo 1 desde os 15 anos.

“O Diabetes me trouxe disciplina, sou mais regrado, preciso me planejar. Sempre verifico a glicose antes e depois das atividades, sempre tenho comigo um doce para corrigir hipoglicemia, tenho uma alimentação balanceada acompanhado pela nutricionista, como de 3 em 3 horas e não fico sem comer, passo com meu médico endocrinologista, tenho um ortomolecular. Faço meus exames e vou me cuidar o tempo inteiro. Acho a vida tão boa, quero viver até 100 anos”, diz Loreto.

Você ainda duvida que é capaz. Meu último e eterno conselho é: pratique esporte. Esporte é vida! Até a próxima.

Por : Fabricio Lima - Portal acritica.uol.br de 02/12/2015

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