Fui, finalmente, diagnóstica com RCUI e outras complicações no final dos meus 21 anos.
Comecei meus 22 com as palavras: doença crônica, aumento de possibilidade de câncer, nunca mais será a mesma, fase ativa e remédios.
Lembro que um dia desmoronei no carro ao perceber que não poderia comemorar minha formatura comendo, a lista de restrições era enorme.
Como é de conhecimento, todos os anos refazemos os exames e verificamos como está o "progresso" do tratamento e da doença. Por mais que tentei, não me preparei para o "vem de novo" da RCUI.
Neste ano passei por uma ressignificação, uma jornada de autoconhecimento e de novos limites. Afinal, o que eu considerava "bom e produtivo" me rendia alguns dias de crise, complicações, mais remédios e o pacote completo.
Palavras como: não e obrigada, comeram a sair com mais frequências.
Na mesma intensidade que as respostas: eu vou fazer pq preciso e vou olhar para mim, moldaram os meus dias.
Ontem estive em consulta com o gastro, apesar de saber que teria uma positiva (não consegui manter os resultados em sigilo), foi muito mais gratificante que imaginei!
Ontem também, conversamos sobre a possibilidade de diminuir os remédios e até a sugestão de, mais para frente, não precisar mais deles por algum período. Coisas que eram "improváveis e impossíveis" no ano anterior.
Com persistência, coragem e mudança de rotina... Mudei meu diagnóstico, hoje estou com uma das versões mais simples da doença!! Porém nada de bobear rs
Não precisei deixar de ser quem eu sou, tampouco de fazer o que gosto ou abrir mãos dos meus sonhos e planos.
Sou doente? Sim, é autoimune.
Minha DII tem cura? Infelizmente é desconhecida, mas tem tratamento.
Por mais cinza e escuro que esteja seu dia, nunca se esqueça que todos o sol brilha atrás dessa nuvem.
Finalizo como uma frase que me ajudou: Calma garota, é só uma fase. Afinal, toda grande árvore no começo era apenas uma semente.