Alguém conhece casos de cura de câncer de próstata por meio de terapias alternativas, tipo: captação de energia natural, radiestesia e mesmo cirurgia espiritual? Deixe-me fazer uma pequena contextualização
II – Contextualização:
No final do ano passado, uma biopsia apontou que eu tinha câncer de próstata (Gleason 7=3+4). Posteriormente, eu fiz uma ressonância que encontrou achados compatíveis com o tumor, mas não era possível identificar o Bi-rads, pois ainda havia muito sangue na próstata em razão da própria biopsia. Na ocasião da biopsia , meu PSA era 4,3, mas no inicio do ano chegou 5,5.
Mas, desde que recebi o diagnóstico, amigos vinham me sugerindo insistentemente diversas terapias alternativas. De início, eu não aceitei, em razão de uma certa incredulidade. Contudo, fui convencido que não teria nada a perder, então resolvi aceitar as sugestões. Para mim, as terapias tiveram um efeito mais psicológico, contudo positivo: aceitação, tranquilidade, diminuição da ansiedade. Mas no fundo, eu nunca tive nenhuma esperança quanto a uma possível cura.
III – Momento atual:
Atualmente, eu estou no processo de exames preparatórios para uma prostatectomia robótica. Nesse processo, teve dois resultados que me deixaram com uma pulga atrás da orelha.
1. Meu mais recente PSA baixou 5,5 para 4,5.
2. Uma nova ressonância indicou Bi-rads 2 (baixa probabilidade de malignidade)
Mas o que disseram os médicos:
- a subida e a descida do PSA seria uma decorrência da biopsia.
- Sobre a ressonância, o radiologista e o urologista disseram que um Bi-rads 2 não significa ausência de tumor, mas sim que o tumor detectado na biopsia (uma análise microscópica), não foi identificado em um exame de imagem (uma análise macroscópica). Por isso, prevalece sempre o resultado da biópsia. Eles disseram que eu deveria ver tais resultados de modo positivo, pois indicavam que transcorridos 7 meses, não houve nenhuma evolução do tumor.
Mesmo assim, diante da minha surpresa, o médico solicitou que o material recolhido na biopsia fosse analisado novamente, entretanto por um outro laboratório. Então, eu levei o material para o laboratório mais conceituado do meu estado: Sírio Libanês. O resultado foi confirmado: gleason 7
IV – Dúvidas:
Por fim, eu indaguei aos médicos se não seria indicado então fazer uma nova biopsia para tirar qualquer dúvida. Eles me disseram que seria desnecessária, pois
a)Em biópsia da próstata, NÃO existe falso positivo, mas pode existir falso negativo.
b)Uma biópsia (mesmo com 16 fragmentos) alcança uma área restrita da próstata, dessa forma uma nova biópsia poderia até trazer um resultado negativo, porém seria decorrente de análise de fragmentos não atingidos pelo tumor. E assim, eu ainda continuaria com a incerteza e a dúvidas. Ademais, biopsias da próstata têm riscos para a saúde
Em resumo, além da questão sobre as terapias alternativas, eu peço um conselho: devo ou não fazer um nova biópsia?
Desculpas pela longa mensagem, porém sei que os membros desse grupo compreendem muito bem minhas angustias.
Written by
mario1963
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Seu relato é importante para descrever o seu quadro e, dessa forma, obter opiniões melhor embasadas.
Eu não dou um centavo por terapias alternativas.
A Ciência evoluiu ao longo de séculos para nos oferecer o melhor do conhecimento humano a partir de exaustivos testes, experiências, provas, contraprovas, estudos e validações de exames repetidos e confirmados por outras pessoas.
A Ciência nos oferece o computador, o celular, as viagens ao espaço, o exame de DNA, a pesquisa em genética e os "milagres" que vemos todos dia no mundo moderno em que vivemos.
Portanto, a resposta para a CURA de doenças não está no esotérico e nem no "pensamento positivo".
Quem aqui, quando precisa de um tratamento para prostatite, malária, dengue, sífilis, AIDs, asma, Alzheimer, febre tifo, hanseníase, hepatite, leishmaniose, tétano, etc, vai para uma benzedeira, a uma igreja ou a um terreiro?
Ninguém.
Todo mundo vai para o hospital, para o médico, para a Ciência.
E vai correndo.
Somente quando não tem mais esperança, se recorre a curas do além, como uma última cartada.
De imediato, todos procuram a Ciência.
Tratamentos alternativos se situam no campo da pseudociência, que Ciência não é.
Quando alguém diz que se curou com tratamentos alternativos, temos que levar em conta a enorme quantidade de males que regridem espontaneamente.
Para se ter uma comprovação de que algum tratamento alternativo, de fato, agiu para aquela cura, teríamos que ter testes duplo cego, placebo e todos aqueles necessários à verdadeira investigação científica para não comprar gato por lebre.
Esses tratamentos alternativos até nem poderiam fazer mal. Como você mesmo disse, não ter nada a perder...
Mas, às vezes, eles podem ser nocivos na medida em que substituem esses alternativos pelos tradicionais.
Aí tem-se MUITO a perder e é quando os alternativos fazem MUITO mal.
Se ele não interferir no tradicional, tudo bem. Serve para um alívio psicológico, uma busca espiritual, etc.
Mas que não interrompa o tradicional, pois é ele que foi testado e, de fato, funciona.
Sobre a opinião a respeito de sua biópsia, realmente, eu não sei.
Se médicos disseram que falso positivo não existe, quem sou eu para duvidar.
Mas o que eu sei é que hoje se fala muito em acompanhamento vigilante.
Acompanhar seu PSA por mais tempo antes de se submeter a um procedimento radical como a prostatectomia.
O meu PSA já vai perto de 6 e eu não penso em fazer a remoção nem tão cedo.
Eu tenho hiperplasia e pode ser por isso que o PSA se mostre alto, mas eu pretendo deixar a prostatectomia para o último recurso, depois de obter todas as comprovações de que ela realmente é necessária.
Lembre-se das muitas sequelas que ela deixa. Se for se submeter a ela, fique sabendo que pode perder a potência para o resto da vida.
Pode ser que não, mas as chances de que sim são altas.
Minha sugestão é a vigilância ativa por mais tempo.
Estou plenamente de acordo consigo. Mas aconselho-o a fazer uma ressonância. Pois eu tinha o psa 1.8, toque retal sem problema, fiz muitas ecografias pélvicas, sempre me diziam que tinha hipertrofia. Só quando comecei a ter dores no ânus é que um urologista me mandou fazer uma ressonância. Acusou câncer localmente avançado, perto do reto mas sem invasão do mesmo. Fiz im PET-PMSA e graças a Deus não tenho metasteses. Hoje aconselho todos amigos a fazer uma ressonância. Eu sou daqueles casos raros que tem tudo bem mas têm um cancro. Operei há um mês, já controlo um bocadinho a incontinência. Estou esperançado que não vou ficar incontinente. Ereção é o que menos me preocupa. Quero é ficar livre deste maldito cancro. Abraço
Hoje mesmo recebi o psa pós cirurgia e graças a Deus está 0.008. O médico diz que é excelente.
Concordo plenamente com você em defesa da ciência. Por ofício, sou pesquisador no campo da Sociologia da Ciência, eu deveria ter essa clareza.
Não obstante todos avanços que citou derivados do pensamento científico, o pensamento mitológico ainda está presente em nossa sociedade. Ademais, vivemos em uma conjuntura adversa à ciência.
Nesse contexto, floresce aquele "eu negacionista" que existe na maioria de nós. No meu caso, tenho um logo histórico de negação:
1. aos 45 anos, a presbiopia avançava, as vistas já estavam cansadas, mas eu me negava a usar óculos.
2. Aos 50 anos, eu negava que tinha hipertensão, então, insistia com o cardiologista: "doutor uma pressão de 13 ou 14/8 não é tão alta assim, né?
3. Aos 55 anos, primeiro tentei negar amenizar o câncer: "mas doutor, um gleason 7 (3+4) não é tão ruim assim, pior não seria se fosse 4+3=7?" Depois, queria postegar um tratamento, até que aceitei que um gleason 7 significa que o tumor tinha agressividade intermediária e que então eu não poderia mais postergar.
Porém por fim queria ressaltar a importância das terapias. De fato as terapias me ajudaram muito na busca do equilíbrio psicológico, da aceitação, da gratidão por ter um câncer em estado inicial, na busca do autoconhecimento e sobretudo reconhecer o eu negacionista que habita em mim.
1- não tenho dúvidas de que a Fé, pensamentos positivos e equilibrio emocional são importantes e tem influência positiva no processo de cura. Existem, inclusive, registros na literatura médica. Mas isso não afasta a necessidade de um médico.
2- É importante ter um bom médico, preparado e experiente, com quem vc se sinta seguro.
3- Sim, o fato de ter feito a biópsia eleva o PSA e depois de algum tempo baixa.
4- com duas biópsias sinalizando positivo para o câncer, é totalmente improvável que obtenha resultado diferente.
Então, o importante é encarar de frente e procurar o melhor tratamento para o seu caso.
Boa noite, Emar54. Antes de tudo muito obrigado por dispor do seu tempo para responder minha questão.
1. Meu urologista foi bem enfático ao afirmar que desconhece qualquer caso na literatura de "falso positivo na análise material de biópsia". Ele me convenceu, então, farei a cirurgia robótica na próxima semana.
2. De fato as terapias me ajudaram muito na busca do equilíbrio psicológico, da aceitação, da gratidão por ter um câncer em estado inicial, na busca do autoconhecimento, de reconhecer o eu negacionista que habita em mim.
3. Você relatou que passou por um processo parecido e que não arrepende da cirurgia. Se possível, você poderia contar um pouco do seu processo e do pós-cirúrgico.
Tive um câncer detectado em Fev/2017. Tinha então muito receio das possíveis sequelas e quis escapar da prostectomia: Fiz um procedimento de HIFU em Paris, pois até então não havia aqui o equipamento Focal One.
Tive uma recidiva em Dez/2018, o tumor foi detectado (depois confirmado por biópsia) a partir de um pedido de ressonância de um médico antroposófico (para meu urologista de acordo com os exames de PSA eu estava curado)! Um em cada quatro tratados por HIFU tem recidiva.
Tinha duas alternativas: Fazer um HIFU total da próstata (meu procedimento anterior foi localizado) ou prostectomia.
Optei por prostectomia pois o HIFU total deixa os tecido muito ressecado o que impede um futura prostectomia em caso de nova recidiva. Caso isso viesse a ocorrer teria que partir então para quimioterapia.
Decidido pela cirurgia procurei vários médicos para escolher um que eu me sentisse seguro.
Encontrei e a partir daí, relaxei e fiquei na expectativa das possíveis sequelas: zero de incontinência desde o dia que tirei a sonda. Ereção, não é a mesma coisa mas está bem satisfatória!
Na cirurgia, o que conta é a habilidade e experiência do cirurgião. O pós-operatória da robótica é muito tranquilo: uma semana de sonda e um mês depois, vida normal!
Esqueça a Biopsia da prostata, Pirads 2 não é nada, o Senhor precia apenas de uma ressonancia magnética e um tratamento com Permixon + Taladafil Mylan 5mg, generico,
dos outros laborat´tori !os provocam azia do estomago e claro seja sempre acompanhado, por um Urologista, que não seja caro, e não aceite outros tratamentos! zamot55@sapo.pt
Hoje, visitando o site, eu me deparei com esse post que escrevi há dois anos e em relação ao qual teve várias contribuições valiosas.
Então, eu me senti na obrigação moral de dar um retorno, fazer um relato acerca dos desdobramentos do meu caso.
1 – Prostatectomia robótica.
Depois de todas angústias e dúvidas relatadas acima, enfim resolvi fazer a cirurgia. Não obstante outros tratamentos, conclui que devem prevalecer as decisões baseadas na ciência médica. Ademais, meus médicos (urologista e oncologista) foram muito enfáticos e me disseram que não tinham dúvidas quanto ao diagnóstico: eu tinha câncer de próstata mesmo que fizesse uma segunda biópsia e desse negativo.
Assim, em agosto de 2020 fiz a cirurgia.
a) Resultado da biópsia pós-cirurgia: Gleason 8
Para minha surpresa e certa decepção, além de ter câncer sim, na biópsia pós-operatória, identificou-se um Gleason 8, isto é, um tumor muito mais agressivo.
Cabe lembrar que na biopsia antes da cirurgia era 7 (3+4), com PSA 4,5 e ressonância indicando Bi-rads 2.
Entretanto, ainda bem que não existia extensão extraprostática, as margens estavam livres, o tumor estava contido próstata e não havia comprometimento de linfonodos. Ou seja, algo próximo do que indicava a ressonância pré-operatória.
Observação: no entanto, o cirurgião disse que na cirurgia, ele já observou claramente uma situação diferente da ressonância: o tumor já havia aderido ao feixe vásculo-nervoso e que talvez no máximo em mais 6 meses, ele extrapolaria a próstata.
Eu tive incontinência urinária moderada durante os primeiros meses, o que me obrigou a usar protetor diário durante esse tempo.
b2) causa.
O cirurgião me explicou que como o tumor havia aderido ao feixe vásculo-nervoso, ele teve que ser mais agressivo na cirurgia com objetivo de deixar o tumor para trás e propiciar margens livres. Por conseguinte, o corte mais profundo gerou a incontinência.
b3) tratamento: fisioterapia pélvica.
Eu fiz cerca de 30 sessões, mas já havia feito 10 antes da cirurgia. Dessa forma, após os 6 meses, eu fui recuperando o controle urinário.
b4) situação atual: não tenho incontinência, mas de vez em quando, eu tenho os chamados escapes, especialmente, quando faço movimentos repentinos e bruscos.
Sidanalafila (100 mg) ou tadalafila (20 mg), 1 hora antes do ato sexual
c2) Vantagens da cirurgia robótica.
intervenção mais agressiva no feixe vásculo-nervoso gerou incontinência, porém não gerou impotência. De acordo com médico, eis uma vantagem da cirurgia robótica. Ela lhe permite uma visão ampla do campo cirúrgico e uma maior precisão, com isso, ele conseguiu separar o tumor do feixe sem danificá-lo de forma definitiva. E assim, com o tempo o feixe se recuperou.
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