Benefícios e segurança da cirurgia bariátrica laparoscópica podem contribuir para aumentar a eficiência do sistema de saúde e o acesso ao tratamento.
O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCM), Caetano Marchesini, reuniu-se nesta segunda-feira (6), em Curitiba (PR), com o Ministro da Saúde, Ricardo Barros. O tema do encontro foi a Portaria n° 5, de 31 de janeiro de 2017, publicada no Diário Oficial da União, e que oficializa a incorporação da videolaparoscopia nos procedimentos de cirurgias bariátricas realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“A portaria contribuiu e muito para resolver um grande problema na saúde pública brasileira para o obeso grave. A inclusão da videolaparoscopia irá equiparar a assistência pública ao setor assistencial privado do Brasil. Isso é, sem dúvidas, um grande avanço na recuperação do pátio tecnológico assistencial da alta complexidade”, declarou Marchesini.
Para ele, os benefícios e a segurança da cirurgia bariátrica laparoscópica podem contribuir para aumentar a eficiência do sistema de saúde e o acesso ao tratamento. “A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica coloca-se à disposição do Ministério da Saúde para contribuir, se necessário, com a op/eracionalização desta medida no país”, disse o presidente da SBCBM./
O Ministro da Saúde, Ricardo Barros, agendou uma reunião entre os técnicos do Ministério e representantes da SBCBM para debater o tema na próxima quinta-feira (09), em Brasília (DF).
No ano passado foram realizadas cerca de 100 mil cirurgias bariátricas em todo país. Desse total, apenas 10% dos procedimentos foram feitos na rede pública.
O presidente da SBCBM disse que, atualmente, existem 3.5 milhões de obesos mórbidos elegíveis à cirurgia, por critérios da portaria do Ministério da Saúde.
“Considerando que apenas 5% deles queiram de fato operar, estamos falando de 175 mil pacientes cirúrgicos. O volume atual de cirurgias é de pouco mais de quase 10 mil cirurgias. Então, com a videolaparoscopia, podemos ampliar os atendimentos no SUS, pois tanto a cirurgia quanto a recuperação do paciente demandam um tempo menor”, acrescenta Dr. Caetano.
Considerado um procedimento menos invasivo e, consequentemente, mais seguro a laparoscopia possibilita ao paciente um tempo menor de recuperação. A cirurgia não tem indicação como tratamento estético e sim para melhora de doenças associadas à obesidade e qualidade de vida.
De acordo com as orientações da resolução a cirurgia é liberada apenas para pacientes com IMC igual ou maior que 40kg/m² e pode ser realizada em casos de IMC entre 35kg/m² e 40kg/m², desde que o paciente tenha comorbidades como, por exemplo, o diabetes. O IMC é calculado a partir da divisão do peso pela altura ao quadrado.
SBCBM – A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica foi fundada em 1996 e possui atualmente mais de 1,7 mil sócios entre cirurgiões e especialidades associadas, com representantes em todo o país por meio de capítulos ou delegacias.
A cirurgia bariátrica vem crescendo expressivamente no Brasil, que é o segundo país com mais cirurgias realizadas. Em 2012, foram feitas 72 mil cirurgias no país, em 2013, 80 mil procedimentos, em 2014, cerca de 88 mil, em 2015 foram realizados cerca de 93,5 mil procedimentos e em 2016, 100 mil cirurgias. Do número total de cirurgias feitas no Brasil estima-se que 10% sejam feitas pelo SUS.
Fonte: Noticias da Revista Hospitais Brasil, 09/02/2017