Cerca de 40% a 60% das gestantes com a doença podem desenvolver o tipo 2 após o período de 15 a 20 anos.
Estar atenta à sua saúde durante o período da gestação é fundamental para o desenvolvimento do seu bebê. Algumas mulheres, nesta fase, podem apresentar DIABETES GESTACIONAL.
A patologia, que tem múltiplas origens, é caracterizada pela falta de um hormônio chamado INSULINA (ou por sua incapacidade), que causa aumento das taxas de açúcar (glicose) na corrente sanguínea.
Tem dúvidas sobre a doença? Com a ajuda de duas especialistas, o DAQUIDALI vai te ajudar a saber tudo sobre a diabetes gestacional.
A CONDIÇÃO SÓ SURGE EM MULHERES QUE JÁ TINHAM UM DIAGNÓSTICO PRÉVIO?
A obstetra HELOISA BRUDNIEWSKI explica que todas as grávidas fazem o EXAME DE GLICEMIA no início da gestação, e algumas descobrem a diabetes já no comecinho. “Provavelmente, elas já eram diabéticas antes, mas não sabiam. Próximo às 28 semanas, um exame de glicemia específico é realizado, e é nesse período que há uma maior chance de desenvolver a diabetes específica da gravidez”.
Em geral, ela aparece por conta de um defeito funcional, e não imunológico. “Quando o defeito é menos intenso, manifesta-se mais tardiamente; quando é mais intenso, aparece precocemente”, afirma a nutricionista e educadora em Diabetes MARTHA PASCHOA AMODIO, Clínica de Especialidades Integrada.
EXISTEM FATORES DE RISCO PARA QUE A DOENÇA SURJA?
Segundo a nutricionista, os fatores são:
– idade superior a 25 anos;
– obesidade ou ganho excessivo de peso;
- deposição central excessiva de gordura corporal;
– baixa estatura: menor ou igual a 1,50 m;
– crescimento fetal excessivo, hipertensão ou pré-eclâmpsia;
– antecedentes obstétricos de morte fetal ou neonatal;
O QUE UMA MULHER COM DIABETES GESTACIONAL DEVE FAZER?
O controle dos níveis de glicemia no sangue é primordial. Para isso, ser acompanhada por um médico endocrinologista é bastante importante, assim como por um nutricionista. Além disso, atividades físicas são essenciais.
SE NÃO TRATADA, QUAIS SÃO OS RISCOS?
De acordo com a obstetra Heloísa, quando a mãe já é diabética antes da gravidez, há uma tendência a piorar a glicemia durante a gestação. “Muitas vezes, será necessário uso de DOSES MAIORES de medicação”. Para o bebê, nestes casos, existe risco de algumas malformações, caso a glicemia esteja muito alterada.
“Na diabetes específica da gravidez, a mãe tem poucos riscos. O maior deles é o ganho de peso e, às vezes, é necessário o uso de insulina. Já para o bebê, não há risco de malformação, porém o líquido amniótico pode aumentar, levando ao POLIDRAMNIO, e o bebê pode ganhar peso excessivamente, o que denominamos de MACROSSOMIA. O risco de prematuridade também aumenta”, explica a médica.
SEREI DIABÉTICA PARA SEMPRE? POR QUÊ?
Apesar de a maioria das mães que desenvolvem diabetes gestacional terem seus níveis glicêmicos normalizados após o parto, cerca de 40% a 60% podem desenvolver o tipo 2 da doença, após o período de 15 a 20 anos. “Para diminuir esse risco, as mulheres devem manter o peso dentro dos parâmetros normais e fazer exercícios regularmente. Vale ressaltar que, após o parto, deverão fazer acompanhamento nutricional para reduzir suas chances de desenvolver a doença no futuro”.
Fonte:cenariomt.com.br/noticia - Publicado Terça-Feira, 12 de Janeiro de 2016, às 15:39 | NIVIA DE SOUZA-DAQUIDALI - FOTO: LUCKYBUSINESS/ISTOCK