O Ministério da Saúde reluta em reconhecer os avanços da medicina na área de Diabetes, quando recusa-se a aceitar as evidências científicas de novos medicamentos, não só análogos de insulina, mas também os novos, para eles e, já velhos na prática médica que são os inibidores da enzima DPP-4, bem como os agonistas do GLP1, como Exenatida, Liraglutida e Lixezenatida.
São medicamentos baseados na ação de incretinas. São sem sombra de dúvidas os grandes avanços no tratamento de DMT2, dos quais o Ministério da Saúde e os gestores de saúde nem querem ouvir falar.
Obviamente a “surdez”, o “não sei”e o “ não reconheço as evidências científicas”, tem fundo econômico, pois os 11 milhões de pessoas com Diabetes, poderiam ser beneficiados, mas isso elevaria os custos com a assistência farmacêutica. Para isso criaram a CONITEC, órgão acessor do Ministério da Saúde para avaliar a incorporação de novos medicamentos que, pelas dificuldades e imposições regulatórias, faz uma malha tão fina que poucos podem ultrapassar.
Desconhecem os senhores gestores de saúde que a cada R$ 1,00 aplicado na assistência farmacêutica e no melhor controle do Diabetes, se economizaria R$ 4,00 na prevenção do aparecimento das complicações.
Desconhecem os senhores gestores, nomeados pelos,políticos, a complexidade que vai desde o diagnóstico tardio e suas consequências, até o paciente mal cuidado e com dificuldade de acesso farmacêutico, enfim, o portador de Diabetes do SUS, aquele sem recursos para obter e melhorar os seus meios de tratamento.
Assim vão se complicando com retinopatia, neuropatia, nefropatia e doenças macrovasculares: infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e trombose dos membros inferiores.
Os custos destas complicações, que poderiam ser evitadas, impactam todo o orçamento da saúde na ordem de 35% a 40% e também da Previdência Social, com auxílio-doença, aposentadoria e mortalidade precoces. Todos conhecem a gravidade das complicações do DM, mas apenas para citar uma: a insuficiência renal e hemodiálise, é um procedimento de alto custo, que sozinho consome 10% do orçamento do Ministério da Saúde. Infelizmente, os portadores de DM são 50% destes usuários.
As sociedades, associações, ligas de faculdades e pacientes, lutam em prol da melhoria no atendimento, porém o Ministério da Saúde também deveria acompanhar estes avanços, que estão aí há mais de uma década e não foram incorporados.
De outro lado, vemos medicamentos de última geração sendo liberados para tratamento de câncer e AIDS, que muito de longe batem os custos dos medicamentos novos (e alguns já velhos) para Diabetes.
Assim estamos organizando abaixo assinado em todas as entidades e associações, junto aos médicos endocrinologistas e diabetólogos, bem como os portadores de DM para que assinem de forma a que enviemos para o Ministério da Saúde solicitando a incorporação destes medicamentos.
Você pode assinar a petição via eletrônica através do link abaixo:
secure.avaaz.org/po/petitio...
Colabore, vamos nos movimentar. Nossa causa pode salvar milhões de vidas e prevenir complicações graves de alta morbimortalidade.
Vamos mostrar que somos capazes e mobilizar milhões de pessoas que estão direta e indiretamente participando dessa causa.
Prof. Dr. Fadlo Fraige Filho
Presidente da ANAD