O recém publicado artigo “ Artificial sweeteners induce glucose intolerance by altering the gutmicrobiota” levantou questões importantes sobre o uso de adoçantes (edulcorantes) em pessoas sem diabetes, que no mínimo serve de alerta quanto ao uso abusivo dessas substâncias.
O estudo explora dados de animais de laboratório, bem como de humanos e mostra que o consumo de edulcorantes, principalmente, o da sacarina promove uma intolerância à glicose, e esta resposta tende a piorar como o passar do tempo. Também foi observado que a média de hemoglobina glicada foi maior em indivíduos que consomem alta quantidade desse edulcorante.Estes resultados são atribuídos a alteração da microbiota intestinal (bactérias da flora intestinal), sendo que bactérias patogênicas estavam em maior concentração naqueles que consumiam o edulcorante. Outros dois pontos que corroboram esta conclusão foram que o uso de antibiótico normaliza a curva glicêmica e o transplante de fezes de ratos que consumiram sacarina para ratos germ free (sem microbiota) também causou intolerância à glicose.
O ponto a ser destacado é que no protocolo com humanos existem àqueles sensíveis ao consumo de sacarina e outros não sensíveis, sendo que 57% (4 pessoas) dos tratados com sacarina apresentaram resistência á insulina.
Vale ressaltar que não sabemos se o uso crônico poderia promover os mesmos efeitos nos não sensíveis, visto que os achados do estudo foram em um prazo de 7 dias.Apesar do número baixo de pessoas investigadas, a significância é elevada, as análises são altamente sofisticadas, o protocolo muito bem pensado, o que permite concluir que os edulcorantes não devem ser utilizados de maneira indiscriminada, pois podem causar anormalidades glicêmicas nas pessoas sem diabetes. Dessa forma, até que outros estudos sejam realizados, vale manter a recomendação do uso de edulcorantes de acordo com a indicação clínica e nas quantidades recomendadas pelo seu nutricionista.
Informações do Autor
Prof. Dr. João Felipe Mota
Nutricionista, Professor da Universidade Federal de Goiás
Membro do Depto. de Nutrição e Metabologia da SBD 2014 /2016
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FF49
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Eu tenho diabetes tipo 2 a dois anos e já usei diversos tipos de adoçante, hoje estou usando a base de SUCRALOSE, a minha pergunta é: qual é o melhor adoçante? Qual é a restrição e os efeitos a longo prazo?
O recém publicado artigo “Artificial sweeteners induce glucose intolerance by altering the gutmicrobiota” levantou questões importantes sobre o uso de adoçantes (edulcorantes) em pessoas sem diabetes, que no mínimo serve de alerta quanto ao uso abusivo dessas substâncias.
O estudo explora dados de animais de laboratório, bem como de humanos e mostra que o consumo de edulcorantes, principalmente, o da sacarina promove uma intolerância à glicose, e esta resposta tende a piorar como o passar do tempo.
Também foi observado que a média de hemoglobina glicada foi maior em indivíduos que consomem alta quantidade desse edulcorante.
Estes resultados são atribuídos a alteração da microbiota intestinal (bactérias da flora intestinal), sendo que bactérias patogênicas estavam em maior concentração naqueles que consumiam o edulcorante.
Outros dois pontos que corroboram esta conclusão foram que o uso de antibiótico normaliza a curva glicêmica e o transplante de fezes de ratos que consumiram sacarina para ratos germ free (sem microbiota) também causou intolerância à glicose.
O ponto a ser destacado é que no protocolo com humanos existem àqueles sensíveis ao consumo de sacarina e outros não sensíveis, sendo que 57% (4 pessoas) dos tratados com sacarina apresentaram resistência á insulina.
Vale ressaltar que não sabemos se o uso crônico poderia promover os mesmos efeitos nos não sensíveis, visto que os achados do estudo foram em um prazo de 7 dias.
Apesar do número baixo de pessoas investigadas, a significância é elevada, as análises são altamente sofisticadas, o protocolo muito bem pensado, o que permite concluir que os edulcorantes não devem ser utilizados de maneira indiscriminada, pois podem causar anormalidades glicêmicas nas pessoas sem diabetes.
Dessa forma, até que outros estudos sejam realizados, vale manter a recomendação do uso de edulcorantes de acordo com a indicação clínica e nas quantidades recomendadas pelo seu nutricionista.
Informações do Autor
Prof. Dr. João Felipe Mota
Nutricionista, Professor da Universidade Federal de Goiás
Membro do Depto. de Nutrição e Metabologia da SBD 2014 /2016
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