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Física em vez de Farmacologia para o Tratamento da Neuropatia Periférica

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Pesquisas preliminares sugerem que o tratamento eletroquímico combinado, uma técnica que usa o bloqueio local de nervos em conjunto com a sinalização celular elétrica, regenerou as fibras nervosas e reduziu significativamente a dor em pacientes com neuropatia periférica.

Cinco dos seis pacientes com dor neuropática periférica diagnosticada objetivamente, e que receberam tratamento eletroquímico combinado durante 6 a 12 semanas apresentaram um aumento de 100% na densidade nervosa. Houve uma redução de 90% nas pontuações de dor, e o tratamento também foi associado a uma melhora de 74% da função motora.

“Quando vejo pacientes com neuropatia periférica digo a eles que existem três tratamentos”, contou ao Medscape o pesquisador e neurologista Dr. Peter M. Carney, médico que atende em seu consultório particular nos Estados Unidos.

“Você pode tomar a medicação, que tem cerca de 35% a 40% de chance de te ajudar e 60% de chance de causar efeitos colaterais, ou, se você não responder aos medicamentos, a segunda opção é apenas aprender a conviver com a dor. Agora temos o terceiro tratamento, no qual usamos a física e não a farmacologia, para regenerar os nervos, reduzir a dor e melhorar a função”, disse o Dr. Peter.

Os resultados foram apresentados na reunião anual de 2020 da American Academy of Pain Medicine (AAPM).

“Conceito revolucionário”

O tratamento eletroquímico combinado exige a administração de anestesia local para bloquear a dor e outras funções nervosas nas extremidades inferiores distais; então o tratamento de sinalização celular é aplicado às duas extremidades inferiores, a fim de promover o fluxo sanguíneo, que é essencial para a cura, disse o Dr. Peter.

“É um conceito totalmente diferente e revolucionário de como tratar a dor. Utilizando os princípios da física, e não da farmacologia”, disse o Dr. Peter, que há cerca de cinco anos se interessou pelo uso dos princípios da mecânica quântica para tratar pacientes com dor neuropática periférica.

“Os princípios da mecânica quântica não apenas tratam a dor neuropática periférica com mais efetividade e segurança do que os métodos farmacológicos, como também demonstraram que esses princípios ajudam a regenerar os nervos destruídos pela dor neuropática periférica”, disse ele.

A intensidade da dor dos seis pacientes desta série de casos variava de 4/10 a 9/10 em uma escala visual analógica (EVA). Os pacientes relataram dor por um período que foi de 6 meses a 20 anos.

Antes do tratamento eletroquímico combinado, todos os pacientes foram submetidos a biópsia de densidade de fibras nervosas epidérmicas (ENFD, sigla do inglês, Epidermal Nerve Fiber Density) para confirmar o diagnóstico de neuropatia periférica.

Eles receberam uma média de 21,5 tratamento eletroquímico combinado. Cada sessão durou de 15 a 30 minutos; e foi administrado duas vezes por semana.

Os pacientes foram acompanhados em média por 26 meses (variação de 4 a 40 meses) após a última sessão. Outra biópsia de ENFD foi realizada seis meses após o término do tratamento.

Além da EVA, outras medidas de eficácia do tratamento utilizadas foram o Índice de Funcionalidade da Neuropatia (NFI) e avaliações da utilização de medicamentos.

Os registros foram feitos durante o tratamento, na última sessão e em média 26 meses após a última sessão.

Evidência objetiva de eficácia

Cinco dos seis pacientes apresentaram 100% de regeneração das fibras nervosas, conforme documentado pelo ENFD. No início do tratamento, a densidade média dos nervos era de 2,77 fibras nervosas por milímetro. Seis meses depois era de 5,54 fibras nervosas por milímetro.

“Essa é uma evidência objetiva de que funciona”, disse o Dr. Peter.

A pontuação média de dor caiu de 6,8 durante o tratamento para 1,0 ao final do tratamento. A dor continuou diminuindo para 0,7 – uma redução de 90% após 30 meses.

Houve melhora de 67% da função motora ao final do tratamento, a pontuação do NFI passou de 57,2 para 18,6. Aos 30 meses houve melhora de 74%; a pontuação média do NFI foi de 14,6.

Além disso, não houve efeitos colaterais em curto ou longo prazo.

Dos cinco pacientes que estavam tomando medicamentos para dor neuropática periférica antes de iniciar o tratamento eletroquímico combinado, quatro suspenderam um ou mais fármacos.

O único paciente que não apresentou regeneração de fibras nervosas referiu redução da intensidade da dor de 44%, e melhora de 34% da função motora. O seu acompanhamento foi interrompido quatro meses após o término do tratamento, informou o Dr. Peter.

“Esses resultados demonstram a efetividade do tratamento eletroquímico combinado. Você regenera os nervos, reduz a dor e restaura a função. Quando o mundo entender que usando a física é possível regenerar os nervos, reduzir a dor e restaurar a função, teremos revolucionado a forma de tratar a dor”, disse o Dr. Peter.

Publicação impulsiona novos estudos

Comentando o estudo para o Medscape, o Dr. Jianguo Cheng, médico, presidente da American Academy of Pain Medicine, professor e diretor do Pain Fellowship Program da Cleveland Clinic, nos EUA, disse que esses achados justificam a realização de mais estudos.

“Por conta da falta de um tratamento efetivo para dor neuropática periférica, precisamos muito de novas formas de tratamento para um problema clínico bastante comum. O relato do Dr. Peter impulsiona a realização de novos estudos mais aprofundados, idealmente ensaios clínicos randomizados e controlados, para demonstrar eficácia, segurança e a possibilidade de generalização.”

O Dr. Peter M. Carney e o Dr. Jianguo Cheng informaram não ter conflitos de interesses relevantes.

Reunião anual de 2020 da American Academy of Pain Medicine (AAPM): Abstract 421. Apresentado em 29 de fevereiro de 2020.

Fonte: Medscape - Por: Fran Lowry , 23 de março de 2020

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