Trabalho paulista pioneiro com células-tronco busca voluntários para nova fase de análises.
Fonte: Fábio de Castro, O Estado de S.Paulo - 26 Junho 2017
Entre 5% e 10% das pessoas com diabete tem o tipo 1, que se manifesta normalmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticada em adultos. Foto: Reuters
SÃO PAULO - Cientistas do mundo todo estão trabalhando em diversas frentes para “aposentar” a insulina e as medições de glicemia com picadas, o que daria mais bem-estar a 18 milhões de pessoas só no Brasil que sofrem com diabete – que cresceu 62% só na última década. Um trabalho pioneiro do País, que entra em nova fase, já deixa pacientes sem a medicação há mais de dez anos.
Cerca de 90% dos casos são de diabete do tipo 2, que ocorre por resistência à ação da insulina e tem a obesidade entre as principais causas. Os casos restantes são de diabete tipo 1, uma doença autoimune que leva o sistema imunológico a atacar o pâncreas do paciente, destruindo as células beta, que produzem insulina. Agora novas pesquisas envolvem terapia com células-tronco, implante de células pancreáticas artificiais, bombas eletrônicas de insulina, aplicação por via oral ou nasal e monitoramento da glicemia por escaneamento.
Esta segunda-feira, 26, marca o Dia Nacional da Diabete. E uma das iniciativas de maior impacto no tratamento de diabete tipo 1 vem sendo desenvolvida por cientistas brasileiros desde 2003 na Unidade de Terapia Celular do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP). O método foi idealizado por Júlio Voltarelli e, após sua morte, em 2012, passou a ser defendido pelo endocrinologista Carlos Eduardo Couri. “Conseguimos algo que ninguém imaginava ser possível: suspender a insulina de pessoas com diabete tipo 1”, diz ele.