Nesta revisão sistemática e meta-análise de mais de um milhão de gestações, o ganho de peso gestacional abaixo das recomendações do Institute of Medicine - IOM (em 23% das mulheres) foi associado com maior risco de recém-nascido pequeno para a idade gestacional (PIG) e parto prematuro e menor risco de recém-nascido grande para a idade gestacional (GIG) e macrossomia.
O ganho de peso gestacional acima das recomendações (em 47% das mulheres) foi associado com menor risco de PIG e nascimento pré-termo e maior risco de GIG, macrossomia e parto por cesariana.
O índice de massa corporal (IMC) e o ganho de peso gestacional estão aumentando globalmente. Em 2009, o Instituto de Medicina (IOM) forneceu recomendações específicas sobre o ganho de peso gestacional ideal. No entanto, a associação entre o ganho de peso gestacional consistente com as diretrizes do IOM e os resultados da gravidez ainda não é clara.
Com o objetivo de realizar uma revisão sistemática, meta-análise e meta-regressão para avaliar as associações entre o ganho de peso gestacional acima ou abaixo das diretrizes do IOM (ganho de 12,5-18 kg para mulheres com peso abaixo do peso corporal normal [IMC <18,5]; 11,5-16 kg para mulheres com peso normal [IMC 18,5-24,9], 7-11 kg para mulheres com sobrepeso [IMC 25-29,9] e 5-9 kg para mulheres obesas [IMC ≥ 30]) e resultados maternos e infantis foi realizada uma seleção de estudos do EMBASE, Evidence-Based Medicine Reviews, MEDLINE e MEDLINE In-Process, entre 1º de janeiro de 1999 e 7 de fevereiro de 2017, para estudos observacionais estratificados por categoria de IMC antes de engravidar e ganho de peso gestacional total.
Os dados foram extraídos por dois revisores independentes. Os odds ratios (ORs) e as diferenças de risco absoluto (ARDs) por nascimento vivo foram calculados usando um modelo de efeitos aleatórios baseado em um subconjunto de estudos com dados disponíveis.
Os resultados primários foram recém-nascidos pequenos para a idade gestacional (PIG), parto prematuro e recém-nascidos grandes para a idade gestacional (GIG). Os resultados secundários foram macrossomia, parto por cesariana e diabetes mellitus gestacional.
De 5.354 estudos identificados, 23 (n=1.309.136 mulheres) preencheram os critérios de inclusão. O ganho de peso gestacional foi abaixo ou acima das diretrizes em 23% e 47% das gravidezes, respectivamente. O ganho de peso gestacional abaixo das recomendações foi associado com maior risco de PIG e parto prematuro e menor risco de GIG e macrossomia; o parto por cesariana não apresentou diferença significativa. O ganho de peso gestacional acima das recomendações foi associado a menor risco de PIG e parto prematuro e maior risco de GIG, macrossomia e cesariana. O diabetes mellitus gestacional não pôde ser avaliado devido à natureza dos dados disponíveis.
Nesta revisão sistemática e meta-análise de mais de um milhão de mulheres grávidas, 47% apresentaram ganho de peso gestacional maior do que as recomendações da IOM e 23% apresentaram ganho de peso gestacional menor do que as recomendações da IOM. O ganho de peso gestacional maior ou menor do que as recomendações da IOM, em comparação com o ganho de peso nos níveis recomendados, foi associado a um maior risco de desfechos adversos maternos e infantis.
Fonte: JAMA, em 6 de junho de 2017
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