O efeito foi detectado em testes com ratos e não sofreu interferência de dietas
Nem sempre a culpa da obesidade está dentro do prato. Essa epidemia — que afeta 13% dos adultos com mais de 18 anos e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), vem crescendo de forma alarmante entre as crianças — pode estar ligada a outro mal do século: a poluição. Um estudo recente conduzido por pesquisadores da China detectou forte associação entre a exposição a partículas poluentes e o risco de aumento de peso.
Os autores do trabalho alertam que, como o ar das cidades está cada vez mais contaminado, pode-se esperar um cenário ainda mais grave que o projetado pela OMS, que prevê 2,2 milhões de adultos com sobrepeso e mais de 700 milhões de obesos em 2015. Embora o estudo tenha sido feito com animais de laboratório, Junfeng Zhang, professor de saúde ambiental da Universidade de Duke que realizou o trabalho em Pequim, acredita que os resultados possam ser estendidos a humanos.
Nos testes, os cientistas expuseram grupos de camundongos fêmeas e gestantes a dois tipos de ambiente: em um deles, o ar circulante era o mesmo respirado nas ruas de Pequim, a 10ª cidade mais poluída do mundo, segundo a OMS; no outro, filtros absorviam as partículas poluentes. Para ter certeza da influência dos agentes tóxicos sobre a obesidade, os animais receberam rigorosamente o mesmo tipo de alimentação.
Não foi preciso esperar muito para observar os efeitos da poluição sobre o peso dos animais. Em 19 dias, além de mais pesadas, as fêmeas expostas ao ar de Pequim apresentavam taxas de colesterol e triglicérides mais altas que a do grupo de controle. Além disso, os exames de resistência à insulina, um precursor de diabetes, estavam elevados.
Fonte:Portal Ciência e Saúde do CB
Postado em 28/02/2016 , por Paloma Oliveto