Brasil é o país da América Latina que registra o maior número de pessoas afetadas pela manifestação do Diabetes Tipo 2
O diabetes é uma das doenças que mais cresce no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, surgem 500 novos casos da doença por dia. Pelas contas, a cada 2,5 minutos, um brasileiro descobre que tem o distúrbio metabólico. O mal está entre as doenças não comunicáveis (DNC), patologias crônicas e não transmissíveis que, muitas vezes, são também silenciosas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as DNCs são responsáveis por 36 milhões de mortes por ano no mundo e os números só aumentam em países em desenvolvimento, como o Brasil.
Por aqui, o diabetes faz parte de estatísticas preocupantes. É considerado o país da América Latina que registra o maior número de pessoas afetadas pela manifestação do tipo 2. Preocupados a progressão do quadro, especialistas de saúde brasileiros se reuniram com médicos e profissionais da saúde da Índia, México e África do Sul, além de representantes da empresa de saúde Eli Lilly and Company, para debater projetos e estratégias de prevenção das DNCs, com foco no diabetes.
A empresa tem dois projetos no Brasil. O primeiro é em parceria com o Instituto para Crianças com Diabetes (ICD) e o segundo com a Fundação Médica do Rio Grande do Sul. A equipe da Revista conversou com os profissionais à frente dessas iniciativas: o médico Balduíno Tschiedel, presidente do ICD; a médica Maria Inês Schmidt, da Universidade Federal do RS, além do CEO da Lilly, o doutor em química John Lechleiter.
O projeto do ICD é um programa estrutural de educação focado no diabetes tipo 1, criado para alertar e orientar sobre o problema. A equipe produziu 15 pequenos filmes de temas variados, abrangendo todos os aspectos da doença. A proposta é exibi-los aos pacientes ao longo de três semanas e os resultados têm se mostrado positivos. A ideia é replicar o programa por todo o país, por meio de equipes médicas e, em seguida, para todos os pacientes que tiverem interesse. “O programa é voltado para todas as idades e também para pais de crianças com diabetes tipo 1”, completa Tschiedel.
No caso da experiência da Fundação Médica do Rio Grande do Sul, o estudo consiste em ajudar mulheres, que tiveram a diabetes gestacional, a não desenvolver o tipo 2 no pós-parto.
Estimular uma alimentação mais saudável após a gestação, por exemplo, segundo Schmidt, é uma das soluções que podem ajudar a prevenir o surgimento da doença nesse período.
“Posteriormente, pretendemos estender os programas de prevenção a outros grupos de risco”, completa a médica.
Um dos problemas da prevenção e controle do mal é justamente a falta de conhecimento. Poucas pessoas sabem realmente do que se trata essa síndrome metabólica. Para a maioria, é apenas uma condição na qual o indivíduo fica limitado ao consumo de açúcar. Mas o diabetes, e suas variações, vai muito além e pode ser muito perigoso se não for tratado adequadamente.
O endocrinologista Fabiano de Oliveira Griciunas explica que é uma doença crônica caracterizada pela inabilidade do corpo de produzir ou de utilizar a insulina circulante no organismo, o hormônio responsável pelo controle da quantidade de glicose no sangue.
No caso do diabetes tipo 1, o pâncreas não sintetiza ou é incapaz de usar o hormônio, mesmo quando este é produzido. Faz-se, então, necessário que o paciente reponha a insulina, por meio de injeções, para garantir a transformação da glicose em energia e impedir o acúmulo de açúcar na corrente sanguínea.
Fonte: Portal Saúde Plena EM
Por : Ailim Cabral - Revista do CB Publicação:12/11/2015