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Retocolite Ulcerativa - Remissão de mais de 1 ano sem tomar medicamentos devido descoberta de intolerância à lactose

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Meu nome é Andresa, tenho 36 anos.

Quero compartilhar com vocês a minha experiência com a retocolite ulcerativa. Deixo bem claro que descrevo as respostas do meu organismo, no meu grau de severidade da retocolite ulcerativa, portanto, recomendo que cada um procure o agente causador de sua doença com suporte médico adequado, sem deixar de tomar os remédios que tratam e aliviam os sintomas tão incômodos dessa doença.

No final de 2007 fui diagnosticada portadora de retocolite ulcerativa inespecífica, uma doença inflamatória intestinal tida como autoimune e incurável.

Esta doença, além dos sintomas físicos de diarreia, sangramentos, desconforto abdominal e perda de peso, traz muito prejuízo psicológico também, pois quem está acometido dela muitas vezes tem a sua vida social e profissional bem prejudicada pelo fato do mal estar e das idas constantes e urgentes ao banheiro.

Desde o final de 2007 até meados de 2019 passei por diversos tipos de tratamento, concentrados no uso de mesalazina e corticoides. Posso me considerar uma pessoa de sorte, pois a doença nunca me privou de levar a minha vida de uma forma “normal”, tomando alguns cuidados, claro. Estudei, trabalhei, fiz intercâmbio, casei e tive duas filhas. E foi nas gravidezes que me veio a inquietação desta doença ser considerada incurável.

Na primeira gravidez, que ocorreu de forma inesperada, estava em um período de atividade da doença.

Nunca fui de deixar essa doença me derrubar, de fazer com que ela saísse do controle, mas naquela semana eu estava particularmente mal. Nem café da manhã estava tomando em casa para ir ao trabalho, pois tinha medo de precisar usar o banheiro durante o trajeto de 40 minutos. Estava tão mal que só queria usar o meu banheiro, então decidi que iria no horário do almoço ao hospital solicitar ao médico um atestado para ficar em casa nos próximos 2 dias. Era uma quarta-feira.

Cheguei ao hospital meio que cambaleando e, ao passar pela consulta, o médico me pediu uma tomografia do abdômen. Quando veio o resultado ele me disse: “Menina, seu intestino está muito inflamado, nem sei como está de pé, vou internar você”. Como assim eu internada? Nunca havia ficado internada antes... Não sou de chorar, mas como eu chorei...

Estava num hospital particular de São Paulo bem conhecido, que estava lotado, sem vaga para internação. Meu tratamento começou na enfermaria. Passei a primeira noite e o outro dia inteirinho na poltrona reclinável, sendo transferida para o quarto somente na madrugada da segunda noite. Precisava tomar um banho e tirar a roupa que estava havia 2 dias.

Fui tomando os medicamentos ministrados via oral e venal, só queria melhorar, precisava melhorar. Depois, no terceiro dia, quando já estava conseguindo raciocinar, o médico veio me visitar e perguntou como eu estava. Respondi que bem, só minha menstruação que estava atrasada, mas acreditava que era uma compensação do corpo pelo sangue que estava perdendo nas fezes.

A reação dele foi: “Não fala isso menina!” e me pediu um beta hcg. Fiquei extremamente aflita, até que para o meu desespero completo a porta abriu e entrou uma médica se apresentando como “Fulana, a obstetra”. Caí num choro desesperador.

Não estava pensando em ser mãe naquele momento, mas a minha maior preocupação eram os possíveis efeitos colaterais no feto por conta do coquetel de medicamentos que havia tomado. Teve a tomografia, a mesalazina, os antibióticos, corticoides e até um remédio que passava por uma máquina.

A obstetra tentou me acalmar falando que estava no comecinho, que iam ajustar a medicação. Enfim, como estava sozinha, até a madre do hospital chamaram para me confortar. Foi tenso!

Graças à Deus, durante a gravidez fui melhorando, melhorando e por volta do 5º mês parei de tomar os remédios. O médico disse que a gravidez fazia bem para a remissão da doença.

E assim, de 40 semanas e 1 dia, de parto normal induzido nasceu a Helena, maravilhosa, perfeita, luz de nossas vidas.

Amamentei a Helena até o 9º mês, sendo que nos últimos meses, com a redução do leite, fui sentindo uns sintomas da colite novamente. Assim que parei a amamentação a doença voltou e novamente entrei no ciclo de doença ativa – tratamento – remissão. Após a gravidez parei de tomar mesalazina genérica, considerada ineficaz pelo meu novo médico, e realmente pude sentir a diferença. O único problema é o fato de o remédio “original” ser caríssimo, o que inviabiliza o correto tratamento para as pessoas portadoras dessas doenças inflamatórias intestinais.

Mas o que eu não me conformava mesmo era o fato de ter ficado tão bem durante a gravidez e a amamentação. Cheguei a questionar o médico do porquê de isso acontecer, sem nenhuma resposta.

Ao longo desses anos todos sempre tratei os sintomas da retocolite ulcerativa e nunca houve investigação de sua causa. Cheguei a falar de possíveis alergias alimentares, sempre descartadas sem haver sequer uma averiguação.

Depois de 2 anos, com a doença ativa, mas controlada, engravidei novamente de forma planejada da Heloisa. A gravidez correu bem novamente, parei de tomar os remédios no 4º mês de gestação e amentei a Heloisa até o 8º mês, quando a doença novamente deu sinal de alerta.

Novamente inconformada... como assim? Não só o meu médico que me tratava desde a gravidez anterior como uma nova médica que passei brincaram comigo – “Você tem que ser parideira, emendar uma gestação na outra.”

Mas, eis que um dia, conversando sobre a doença, uma tia me perguntou se eu já tinha feito o exame de intolerância à lactose e glúten, que eram grandes causadores de distúrbios gastro-intestinais. Não, nunca havia feito, médico nenhum ao longo desses 12 anos havia me solicitado.

Solicitei a minha médica que me acompanhava a guia do pedido e daí fui fazer primeiro o de intolerância à glúten que graças à Deus deu negativo.

Depois, fiz o de intolerância à lactose e nem precisei terminar o exame para saber que eu tinha isso. Fiquei com o abdômen completamente distendido, com muita cólica, uma dor de cabeça insuportável e tive diarreia. A partir desse dia já comecei a cortar tudo que tinha lactose da minha dieta. Levou mais ou menos uns 2 meses para o meu organismo se equilibrar, para o meu intestino se recuperar e, desde então, há mais de um ano, não tomo mais medicamentos para retocolite ulcerativa. Até minhas dores de cabeça melhoraram. Inclusive hemorroida, para quem as têm dizem que a intolerância à lactose é uma causadora dela. Gases então, nem se fala. Segundo li, a intolerância à lactose cria uma acidez no intestino que causam os gases e, no meu ponto de vista provocam a inflamação e as feridas.

Às vezes dou uma escorregada e como alguma coisa que tem lactose, daí logo percebo o quanto ela me faz mal. Quando toma a enzima normalmente funciona, mas o melhor mesmo é evitar.

Agora sei até o que é ter cólica menstrual, pois não sabia há anos o que era isso. Sempre ficava na dúvida se era uma coisa ou outra.

Enfim, graças à Deus eu tenho intolerância à lactose, muito melhor de controlar do que uma colite ulcerativa.

Não me considero curada da colite, pois para mim ela é a consequência do desequilíbrio provocado por um agente causador, que no meu caso é a intolerância à lactose. É como tomar o sol sem protetor solar, ou mesmo em excesso com protetor, irei me queimar. Daí é o fato de evitar os alimentos com lactose, mesmo tomando a enzima.

Ainda tenho que fazer outros testes de alergias alimentares, mas como estou muito bem só evitando a lactose, não tenho tanta pressa, deixa essa epidemia passar.

E quem diria que o chá com bolacha água e sal ou com a bisnaguinha que têm lactose seriam mais nocivos do que um pão francês, do que uma pimenta. Quem não sabe que tem a intolerância à lactose sempre vai culpar a pimenta ao leite, ao queijo, ao iogurte. Coitada da pimenta.

Sei que essa é a minha experiência, o meu organismo, o meu grau de severidade da retocolite ulcerativa, portanto, recomendo que cada um procure o agente causador de sua doença com suporte médico adequado, sem deixar de tomar os remédios que aliviam os sintomas tão incômodos dessa doença.

E se esse meu relato ajudar uma pessoa que seja a ficar bem como estou, ficarei imensamente feliz!

Boa sorte a todos!

Abraço,

Andresa

Segue link do post que fiz em Abril/2019: healthunlocked.com/abcd/pos...

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Andresa
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Lu_nunes

Vi seu relato hoje e amei. Uma bela experiência muito bem contada, parabéns!!!

Que alívio eim!

Com muito sacrifício parei de beber leite a algum tempo, confeco que o queijo, principalmente o Minas ainda como, mas pouco, pois sei que a lactose não faz bem para quem tem Rcu, meu gastro sujeriu que parasse com a gordura e a lactose, só esses dois,não fez outras restrições alimentares, mas sabemos que não é bem assim. Parei com o café tbm,isso

ajudou bastante...sobrevivo sem os dois

Me sinto bem melhor, parece difícil no começo, mas é possível.

Nem preciso fazer o exame, pois tenho certeza disso

Obgda, seu relato foi bem importante.

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Andresa in reply toLu_nunes

Que bom que gostou, fico feliz que tenha ajudado! Um baita alívio mesmo, esse tipo de doença ninguém merece. Preciso ir em 2 médicos ainda, um nutricionista e um alergista pra ver se tem mais alguma coisa que não posso, mas como estou bem e substituí os leites e derivados por produtos equivalentes sem lactose, não estou com tanta pressa por conta dessa pandemia. E boa sorte e sucesso para nós e para todos nesses tratamentos. Que cada um encontre sua cura. <3

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