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Diabetes, Aprender a Conviver - ANAD

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Coisas que Você Precisa Saber para Tratar o Diabetes... Agora!

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Recomendações do Departamento de Educação da ANAD

O Que Esperar de Cada Consulta :

Uma boa continuidade de atendimento é parte essencial da administração diabética. Isto significa consultas médicas regularmente marcadas e, às vezes, contato adicional. Se você iniciou a automonitorização glicêmica recentemente, por exemplo, ou teve uma modificação de tratamento, ou se o consultório médico é tão distante que dificulta sua ida até lá, talvez seu médico prefira comunicar-se por telefone ou através de fax ou e-mail entre as consultas. Esta comunicação pode incluir o relato de resultados dos testes glicêmicos caseiros, de modo que o médico possa ajudá-lo a fazer ajustes na medicação. É possível enviar estes dados por carta, fax ou email para poupar tempo. (Fornecer estas informações por telefone toma muito tempo e é fácil cometer erros aos anotar as informações). Por outro lado, muitos médicos não incentivam este contato entre as consultas, preferindo vê-lo cara a cara. Contudo, o Diabetes é tão complexo que algum tipo de contato – especialmente após uma grande modificação no plano de tratamento – costuma ser preciso. A ADA observa em seus Padrões de Atendimento que em algumas situações, como quando a pessoa começa a tomar injeções de insulina, o contato diário pode ser necessário até que o controle glicêmico do paciente melhore. Com uma mudança na dieta ou medicação oral, um contato semanal costuma ser suficiente.

Nota do Editor:

O ideal é ter o acompanhamento de um enfermeiro ou educadora em Diabetes para orientar estas adaptações.

A Frequência das Consultas:

Se você for tratado com insulina, a ADA sugere pelo menos quatro consultas anuais com seu médico. Caso não use insulina, duas a quatro consultas anuais é o recomendado, dependendo de como você está se saindo em suas metas de tratamento. Um contato mais frequente pode ser necessário caso não esteja conseguindo cumprir suas metas para a glicemia e pressão arterial ou se houver sintomas de complicações diabéticas. Seu médico ou outro profissional instrutor deve ter lhe ensinado como reconhecer problemas em controle glicêmico com base nos testes. Se houver qualquer preocupação com os resultados da auto-monitorização glicêmica, contate o médico ou um dos membros de sua equipe de apoio. É preciso criar um plano de ação para os problemas que exijam uma chamada à equipe médica. Exemplos disso são a presença de cetonas na urina, níveis glicêmicos constantemente acima 250 mg/dL ou uma pressão arterial acima de 160/100 mmHG. Tudo isso pode exigir um contato com o médico ou outros dos profissionais que o assistem.

Revisão do Programa:

Revisão do Controle Glicêmico.

A cada consulta você irá repetir alguns dos procedimentos da primeira. Isto inclui a discussão de qualquer episódio de hipoglicemia que tenha ocorrido, a frequência, causas e gravidade. Os resultados glicêmicos e a busca por um padrão de baixas e altas também devem ser discutidos em detalhes.

Considere a Computação :

Muitas empresas fabricantes de medidores de glicemia desenvolveram um programa de computador para identificar padrões nos níveis glicêmicos. Um programa destes consegue, por exemplo, descobrir um padrão de altos níveis glicêmicos antes do café da manhã. Algumas pessoas gostam de um gráfico heterogêneo que lhes informe quantos níveis glicêmicos de uma hora determinada do dia estão dentro, acima ou abaixo da meta. É possível que este tipo de programa se popularize com o tempo e que os dados dos medidores possam ser baixados, seja no consultório médico ou na casa do paciente.

Anote:

Ao revisar os resultados da automonitorização glicêmica, tente descobrir porque um nível glicêmico em particular estava fora do limite. Um dos grandes benefícios da auto-monitorização glicêmica é que ela possibilita a verificação do efeito de um tipo de alimento determinado ou exercício numa hora específica, uma mudança de medicação ou do nível de estresse. É melhor anotar estas informações, seja num caderno específico ou numa folha qualquer (a maioria dos programas de computador agora disponíveis não consegue registrar todos estes dados, então fica por sua conta).

Modificações de Tratamentos:

A cada consulta, é preciso discutir qualquer mudança que você queira ou precise fazer em seu plano de tratamento do Diabetes. Na maioria das vezes são modificações planejadas de medicação (especialmente insulina) devido a uma mudança de atividade, um jantar especial de celebração ou um resultado glicêmico anormal. Se você fez qualquer modificação no plano de tratamento desde a última consulta, este é o momento de falar a respeito. É difícil seguir à risca um plano de tratamento por uma série de razões. Depressão, tensão no trabalho ou qualquer exigência doméstica podem afetar o processo, portanto é importante mencioná-las ao médico. Ele poderá lhe indicar uma ajuda externa, seja de um nutricionista ou de um psicólogo. Problemas financeiros podem dificultar a compra dos medicamentos e suprimentos necessários e o médico deve ser capaz de mudar sua receita para uma medicação genérica, mais barata, ou indicá-lo a um assistente social para receber assistência financeira. Medicamentos e suprimentos variam enormemente de preço, portanto seu médico pode aconselhá-lo a pesquisar.

Discuta Qualquer Sintoma:

Discuta qualquer sintoma que possa sugerir desenvolvimento de complicações diabéticas.

Entre eles estão:

Uma mudança na visão – possível retinopatia ou catarata.

Inchaço dos tornozelos ou dores nos pés – possível nefropatia.

Dores no peito – possível doença cardíaca.

Fale ao médico caso tenha procurado algum outro especialista devido a qualquer problema, se tomou qualquer remédio e o nome deste.

Outras Preocupações de Saúde:

Se você tiver outros problemas de saúde além do Diabetes, é preciso conversar com o médico a respeito. Talvez você tenha um médico que atenda tanto seu Diabetes como outros problemas de saúde, ou talvez consulte um determinado profissional – um médico de família, por exemplo – para a maior parte do seu atendimento de saúde, mas vai a um endocrinologista para tratar do Diabetes. Se tiver mais de um médico, é importante que fique bem claro para todos quem faz o quê. Você pode ter um médico que lida com seu Diabetes, por exemplo, outro que receita remédios para a pressão alta e um terceiro que é responsável por vacinas de rotina. Isto pode ser problemático, pois muito frequentemente mais de um médico está receitando medicamentos diferentes para o mesmo problema. Ou então um médico receita um remédio que não deveria ser tomado como o receitado pelo outro. Uma droga pode interferir com os efeitos de outra ou causar uma interação perigosa. Mesmo que seu médico não lhe pergunte, mantenha-o sempre informado sobre qualquer medicação que esteja tomando. Algumas pessoas preferem levar todos os frascos de remédio que estejam tomando para a consulta. Todos os profissionais de saúde que o assistem precisam conversar entre si para as segurar-lhe o melhor atendimento possível. Na maioria das grandes clínicas, hospitais universitários ou certas organizações de manutenção da saúde, isto não deve ser problema, pois um prontuário médico é usado por todos os que ali trabalham.

O Exame Físico:

A ADA recomenda que parte dos exames físicos se repita em todas as consultas. Peso e pressão devem ser verificados, assim como a altura das crianças. Qualquer coisa que tenha se mostrado anormal em consultas anteriores precisa ser reexaminada. Na consulta anterior, por exemplo, o médico pode ter descoberto um grande calo na planta do seu pé e lhe disse mudar de calçados e usar uma pedra pomes com suavidade para tentar reduzir seu tamanho ou talvez tenha tratado uma infecção de pele com antibióticos. Agora, ele deverá verificar o calo ou certificar-se de que a infecção sumiu.

Pés:

Você deve examinar os pés todos os dias e o médico deve fazê-lo em cada consulta. Se o exame revelar má circulação, perda de sensação, deformações, ulcerações, ou infecções, seu médico pode indicar um especialista, um podiatra por exemplo. O médico ou profissional instrutor pode lhe explicar claramente como inspecionar os pés e como cuidar deles.

Olhos:

O médico deve verificar se sua retina apresenta retinopatia.

A ADA recomenda que um exame de fundo de olho seja feito anualmente por um oftalmologista ou optometria em:

Todas as pessoas a partir dos dez anos de idade que estejam convivendo com o Diabetes por três a cinco anos.

Todos que tenham mais de trinta anos.

Qualquer paciente que tenha sintomas e/ou anormalidades visuais

O médico oftalmologista irá verificar a presença de catarata e glaucoma, assim como de retinopatia.

A perda de visão por causa do Diabetes pode ser resultado de qualquer dessas doenças. Os exames de visão anuais são cruciais, pois muitos problemas oculares , se detectados cedo, podem ser tratados. Entre todas as pessoas cegas dos Estados Unidos, 8% chegaram a esta condição devido ao Diabetes e aproximadamente 12% dos novos casos de cegueira têm esta mesma causa. O rastreamento e tratamento prematuro podem ajudar a salvar sua visão.

Exames de Laboratório Contínuos:

Os seguintes exames de laboratório são necessários regularmente:

1.Hemoglobina Glicada

Este exame verifica o controle glicêmico das últimas doze a dezesseis semanas . As pessoas tratadas com insulina devem fazer este exame quatro vezes por ano e as que não usam insulina, de duas a quatro vezes por ano ou com a frequência necessária para verificar o quanto estão próximas de suas metas glicêmicas . O nível de hemoglobina glicada pode ajudá-lo a sentir-se motivado e melhorar seu controle, pois lhe permite saber como estiveram os níveis glicêmicos por um período de semanas. Para melhor utilização desta informação, entretanto, você precisa saber dos resultados do exame durante ou logo após a consulta médica. (Se tiver de esperar três meses até sua próxima consulta, não será capaz de fazer o melhor uso deste exame importante). A maioria dos médicos usa um exame de hemoglobina glicada que fornece os resultados em menos de dez minutos. O sangue é tirado no início da consulta e os resultados estão disponíveis na hora em que vocês estiverem conversando sobre seu controle glicêmico.

2.Teste de Glicemia em Jejum

Este exame, feito no consultório médico ou no laboratório verifica a glicemia pela manhã, quando você está em jejum desde a noite anterior. Ele ajuda a determinar o controle diabético em pessoas com DM2, especialmente naqueles que não fazem a automonitorização da glicemia. Para os que fazem, é uma boa ideia verificar o nível glicêmico dentro de cinco minutos do exame feito no laboratório para verificar a precisão do medidor. Pode ser que você descubra, por exemplo, que seu medidor está lhe dando resultados mais elevados que os do laboratório. Se isto acontecer toda vez, você pode ajustar esta diferença quando fizer as verificações glicêmicas em casa.

3.Níveis Lipídicos (Gordura no Sangue)

Os níveis lipídicos merecem atenção especial dos diabéticos.

A ADA recomenda que os adultos que obtêm resultados anormais nos exames de lipídeos sejam examinados anualmente para verificar as seguintes gorduras sanguíneas:

• Colesterol total.

• Colesterol HDL (lipoproteína de alta densidade).

• Colesterol LDL (lipoproteína de baixa densidade).

• Triglicérides em jejum.

Se os seus níveis de lipídeos forem anormais – elevados em triglicérides, em LDL e colesterol total ou baixos em HDL – seu médico irá lhe recomendar mudanças na alimentação e, talvez, nos medicamentos. Seus níveis lipídicos devem ser testados à medida do necessário para ver se o tratamento está funcionando. Se os exames de lipídeos estiverem dentro dos níveis normais, é possível que você não precise fazer exames com tanta frequência. Se os níveis estiverem, fazê-los após os dois anos de idade. Se os níveis estiverem anormais ou limítrofes, o exame deveria ser repetido para que se tenha certeza dos resultados. Crianças com níveis lipídicos normais deveriam fazer outro exame em cinco anos.

4.Albumina na Urina

Grandes quantidades de albumina, um tipo de proteína, na urina pode indicar doença renal. Pessoas que já passaram da puberdade e que convivem com o DM1 no mínimo há cinco anos devem fazer este exame. Os que têm DM2 deveriam fazer exame logo após serem diagnosticados, pois é possível que tenham Diabetes há anos sem saber.

Plano de Administração:

Em cada consulta, revise seu plano de administração diabética para descobrir problemas e verificar seu progresso no cumprimento dos objetivos. Albumina na Urina Plano de Administração Para a maioria dos diabéticos, isto irá incluir uma revisão de:

Plano para o Diabetes (inclusive exercício físico).

Complicações.

Controle de pressão arterial.

Níveis lipídicos.

Frequência de hipoglicemia.

Talvez seja preciso procurar especialistas, como um endocrinologista para o controle do Diabetes, um oftalmologista para exame de visão ou um nefrologista para doença renal avançada. Suas técnicas em lidar com o Diabetes deveriam ser revistas uma vez por ano. Junto ao médico é preciso rever quaisquer medicamentos em uso, possíveis modificações na alimentação e programa de exercícios com base nos testes glicêmicos diários, os cuidados rotineiros dos pés, o planejamento alimentar, o tratamento da hipoglicemia e qualquer outro elemento de um tratamento bem sucedido do Diabetes.

Talvez nem todos os médicos possam oferecer um atendimento que cumpra os Padrões de Atendimento da ADA. As razões variam desde o paciente cujo plano de saúde não cobre a automoni-torização glicêmica ou a falta de um educador em Diabetes para instruir os pacientes, até a um médico que não seja experiente em todas as facetas do tratamento de um diabético.

Nestes casos, a ADA sugere que você procure um dos seguintes profissionais:

Um endocrinologista (um médico especializado em doenças do sistema endócrino, inclusive o pâncreas, que secreta insulina).

Uma equipe de tratamento liderada por um diabetologista (um endocrinologista especializado no tratamento do Diabetes).

Talvez não lhe peçam que procure um especialista, pois estes não se encontram em todas as comunidades. Além disso, seu médico pode não entender sua necessidade de procurar um. Em alguns planos de saúde, é bem possível que você seja o responsável pelo pagamento de um diabetologista. Caso precise consultar diversos médicos ou tenha sofrido complicações e a papelada do seguro saúde é esmagadora, talvez seja bom buscar a ajuda de um profissional que o assista em suas reivindicações.

Esta pessoa poderá:

Registrar suas revindicações junto a companhia de seguros.

Apelar reivindicações negadas.

Calcular o que deveria ser pago.

Procurar por erros nas notas e conseguir re-embolso do médico ou hospital.

Explicar-lhe a apólice de seguro.

Fornecer um resumo de suas despesas médicas para propósitos fiscais.

Certifique-se de que o profissional que contratar seja licenciado, vinculado ou assegurado.

Perguntas para Fazer ao Médico:

• Devo enviar-lhe os resultados da automonitorização glicêmica?

• Quais resultados da automonitorização glicêmica deveriam fazer com que eu o chamasse ou a outro profissional da equipe imediatamente? Quem deveria ser chamado?

• Onde posso encontrar um programa de computador que identifique os níveis glicêmicos da minha automonitorização? O que devo procurar em tal programa?

• A quem devo procurar se tiver uma dúvida? E se for num fim de semana?

. Há algo de novo no tratamento do Diabetes?

. O que devo fazer se quiser aumentar bastante meu programa de exercícios?

• Como posso manter meu plano alimentar quando comer fora? Ou quando for a uma festa?

• Preciso consultar um oftalmologista? Quem?

Perguntas que o Médico Pode lhe Fazer:

• Observou alguma mudança na visão? Sentiu dor no peito?

• Teve inchaço nos tornozelos?

• Sentiu dores nos pés ou mudanças em seu formato?

• Consultou algum outro médico?

• Está tomando alguma outra medicação?

• Consultou um oftalmologista?

• Aumentou (ou diminuiu) sua quantidade de exercício físico?

• Teve dificuldades em manter o plano de tratamento?

• Teve algum problema de hipoglicemia?

Fonte: ADA - American Diabetes Association.

Coordenação: Profa. Lilian Fanny Casilho

Colaboração: Pedagogas Maria Salete e Claudete Gioielli

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