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Clínicas de varejo: uma nova saída para a saúde

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Alternativa dispensa agendamento de consulta para receber pacientes com problemas de saúde de baixa e média complexidade.

Não é de hoje que o setor de saúde brasileiro enfrenta sérios problemas funcionais. A novidade é que, agora, em tempos de crise econômica e ajuste fiscal, ele parece seguir a caminho da UTI.

O Sistema Único de Saúde (SUS) não escapou da tesourada do governo federal que, desde o início do ano, já anunciou dois cortes para ajudar a tirar suas contas do vermelho: em maio, o Ministério da Saúde perdeu R$ 11,8 bilhões de verba pública; no final de julho, foram decepados mais R$ 1,18 bilhão.

Já na rede privada de atendimento, os altos custos dos planos de saúde, aliados ao aumento do desemprego e redução do rendimento médio real, deixam milhares de brasileiros desprotegidos. Só no terceiro trimestre deste ano, os planos de saúde médico-hospitalares registraram a fuga de 236 mil beneficiários, um desempenho 0,5% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, segundo informações do último boletim “Saúde Suplementar em Números”.

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Os novos problemas se somam aos antigos: longas filas nos hospitais, demora no atendimento de casos de baixa complexidade e dificuldade de agendamento de consultas. Resultado: seis em cada dez brasileiros avaliam a saúde do país como ruim ou péssima, de acordo recente pesquisa do Datafolha encomendada pelo CFM (Conselho Federal de Medicina).

Alguns desafios do setor, entretanto, despontam menos como sintomas da falta de responsabilidade administrativa e dinheiro no caixa e mais como problemas de organização no atendimento.

Nota-se que, tanto nos prontos-socorros dos hospitais públicos e privados como nas clínicas especializadas, que concentram grande parte do fluxo diário de pacientes, os principais prejudicados são aqueles que não pretendiam passar o dia inteiro dentro de um hospital.

Pior: por sobrecarregarem as filas e os consultórios médicos, prejudicam os pacientes que deveriam receber prioridade no atendimento.

Segundo um estudo do Grupo Brasileiro de Classificação de Risco, realizado para testar a eficácia do Sistema Manchester de Classificação de Risco, protocolo que prevê a distribuição aos pacientes de pulseiras com cores que variam de acordo com o grau de urgência no atendimento de emergência, 80% das queixas recebidas nos prontos-socorros se referem a problemas de baixa e média complexidade, que não exigem tratamento emergencial.

Como toda crise enseja novas oportunidades, o mercado começa a criar suas próprias soluções, apontando novas possibilidades que, por um lado acolhem uma demanda carente por serviços de atendimento imediato e, do outro, ajudam o sistema a reduzir o fluxo de pacientes e direcionar suas operações sobre grupos de urgência, dando espaço para retomar o fôlego e iniciar uma trajetória de recuperação.

É nesse contexto que surgem as chamadas clínicas de varejo ou clínicas de atendimento expresso.

Inspiradas no modelo norte-americano das walk-in clinics e das urgent care centers, que se consolidaram como uma alternativa ao sistema de saúde daquele país, ficam situadas em pontos de aglomeração popular, como shoppings e zonas comerciais, e dispensam agendamento de consulta para receber pacientes com problemas de saúde de baixa e média complexidade.

Com uma equipe enxuta formada por médicos e enfermeiros, as clínicas de varejo não exigem planos de saúde e oferecem um amplo cardápio que inclui consultas, procedimentos, testes e exames a preços acessíveis, o que privilegia a população mais afetada pelos efeitos da crise econômica no país.

Assim, além de por fim aos gargalos dos prontos-socorros e clínicas especializadas, o modelo de atendimento rápido funciona de forma complementar e estimula esses setores a aperfeiçoarem a qualidade do atendimento focado em casos de alta complexidade, o que, em última instância, contribui para a melhora na situação da saúde pública e privada do país.

Fonte: Portal Revista Hospitias Brasil

Don Cordeiro é CEO da MinutoMED, rede de clínicas de atendimento expresso para queixas de baixa e média complexidade

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